Museu de Arte do Rio e noite na Lapa para cadeirantes

Fechando a série de posts sobre o Rio de Janeiro, te convido para um passeio no Museu de Arte do Rio (MAR), encerrando o roteiro na região da Lapa! Vamos?

 

Tirei esta foto quando ainda estava no Museu do Conhecimento. Esta cobertura em formato de onda torna o MAR realmente digno de nota. Ficou linda. (As fotos estão marcadas com os selos Cadeira Voadora, quando são minhas, e Alta Estima Fotografia Inclusiva, quando são de Marta Alencar)

A cobertura em formato de onda identifica o Museu de Arte do Rio (Foto de Laura Martins)

 

Museu de Arte do Rio – por que visitar

 

Se você visitou o Museu do Amanhã (e eu recomendo muito que faça isso; leia aqui por quê), é fácil percorrer mais alguns metros para conferir o Museu de Arte do Rio. E isso mesmo que vc não curta museus, sabe por quê?

A vista do terraço de um dos dois edifícios que compõem a estrutura é fantástica! E, na verdade, não é preciso adquirir ingresso para conferir, bastando, para isso, pegar o elevador e ir direto ao último andar.

Caso deseje, poderá almoçar no Restaurante Mauá, que fica na cobertura. Escolha o lado externo, se quiser curtir a vista concorridíssima, ou opte pelo ar-condicionado do lado interno, tudo com um atendimento nota 10. Devo te dizer, porém, que a comida não vale o que custa, pois o preço não é baixo, e o sabor deixa muito a desejar.

 

A vista da cobertura traz a Praça Mauá, totalmente revitalizada, com o Museu do Amanhã avançando para dentro do mar. Totalmente demais!

A vista a partir da cobertura do MAR descortina a Praça Mauá, totalmente revitalizada, com o Museu do Amanhã avançando para dentro do mar. Ao fundo, a Ponte Rio-Niterói. (Foto: Laura Martins

 

Acessibilidade

 

Pra começo de conversa, bati um papo com um dos educadores da instituição, e ele me assegurou que é objetivo do MAR ser plenamente acessível, e o museu está se preparando para isso.

No site, lemos que as “ações contemplam a implantação de grupos de pesquisas sobre a acessibilidade para o desenvolvimento de propostas de visitas, projetos de materiais educativos especiais, formação de educadores e promoção de ações integradas com as famílias”.

Com relação à estrutura, a entrada é plana, o balcão da bilheteria é rebaixado, assim como o balcão do guarda-volumes ao lado. Há banheiro acessível, elevadores e rampas.

Contudo, no meu modo de ver, há dois problemas que precisam ser levados em consideração e solucionados.

 

Desafios de acessibilidade

 

  • Algumas paredes do museu estão totalmente ocupadas até o alto. Certamente, isso dificulta a visualizaçao por quem está assentado em uma cadeira de rodas, ou tem baixa estatura. Para piorar, as etiquetas com as informações sobre as obras ficam altas demais, dificultando e até impedindo a leitura. Por que não colocar essas informações mais embaixo?
  • Nessas mesmas placas de informação sobre as obras, em grande parte das vezes, o contraste entre o texto escrito e o papel é baixo. Isso dificultou a minha leitura, que dirá a de uma pessoa com baixa visão ou um idoso? Não é difícil resolver essa situação, não é mesmo? Sou frequentadora de museus, e observo que, felizmente, muitos já adotam plaquinhas com grande contraste entre o texto e o fundo. De fato, me parece algo simples de resolver.

 

Vale a pena visitar?

 

Com certeza, a arquitetura e a belíssima vista compensam sua ida ao MAR, ainda que não tenha tempo disponível para visitar o acervo.

São dois prédios de estilos distintos – um palacete e um edifício modernista –, que estão unidos por uma cobertura de concreto no formato de onda. Então, deixe seus olhos namorarem a bela estrutura e tire algumas fotos como lembrança!

As exposições são temporárias, e grande parte delas gira em torno da história do Rio de Janeiro. A visita começa pelo prédio modernista, que se chama Escola do Olhar, e se dá de cima para baixo.

Sendo assim, pegamos o elevador até a cobertura, ficamos extasiadas com a vista e tiramos fotos no meio de vários ohs e uaus.

A seguir, pegamos de novo o elevador (se você for andante, pode descer um lance de escadas) e temos acesso à passarela (na verdade, uma longa rampa) que liga este prédio ao Pavilhão de Exposições.

São quatro andares e não menos que uma hora e meia de passeio pela frente, que poderá valer a pena ou não, dependendo do seu interesse. Sugiro que percorra os links que deixei abaixo, para se informar melhor!

Tem cafeteria e lojinha, mas o espaço não era muito amplo para as cadeiras de rodas.

Agora, vamos curtir a noite na Lapa?

 

Estou visitando o Museu de Arte do Rio. Como vc pode ver, as paredes são cobertas com quadros e objetos.

Como é possível notar, as paredes são cobertas por quadros e objetos até o alto.

 

Lapa para quem curte a noite

 

Inegavelmente, a Lapa é reduto da boemia, com inúmeros bares, restaurantes, música e samba da melhor qualidade. Você pode ir mais cedo, para o “esquenta”, ou chegar tarde e ficar até de madrugada.

Marta e eu começamos dando uma volta por lá, percorrendo toda a Rua do Lavradio, a mais famosa da região, para ver as condições e contar pra você. Mas, como nossa intenção era acordar cedo na manhã seguinte, não aguardamos o horário mais movimentado.

Contudo, esteja atento a esta informação: se quiser desembarcar do carro com calma, entrar nos locais sem grandes problemas e encontrar lugar para se acomodar, é melhor chegar mais cedo.

 

Acessibilidade na Lapa

 

Antes de mais nada, não vá esperando encontrar boa acessibilidade nesta região. Até há locais com acessibilidade, como o Rio Scenarium, por exemplo, mas a maioria dos lugares tem degrau na porta e até escada, embora alguns bares tenha banheiro acessível.

Sem dúvida, é uma ironia haver banheiro com adaptações, mas nem sempre ser possível chegar até ele. Para você ter uma ideia, no caminho de um deles topei com degrau e engradados de bebida.

Quanto à calçada da Rua do Lavradio, parece ter sido bombardeada. Estava quebrada em muitos pontos, e não havia rebaixamentos.

Mesmo assim, foi divertido sentir a agitação da noite na região. Mas deixo a sugestão de que você já saia do hotel, ou de sua casa, com indicações de lugares e rume para lá, a fim de não ter que ficar investigando, na hora, o que é acessível ou não.

Ah! O quarteirão onde fica o Rio Scenarium é fechado, e a rua é calçada com pé de moleque.

 

Os belos arcos

 

Para finalizar, não deixe de prestar atenção nos belos Arcos da Lapa (o Aqueduto da Carioca), um dos cartões postais da cidade. Com a iluminação noturna, ele fica ainda mais poético!

Com este post termino – pelo menos por ora! – a série sobre o Rio de Janeiro. Para ler os posts anteriores, com outras opções de passeios, hotéis e muito mais, clique nos links informados abaixo.

Até a próxima!

Laura Martins

 

A belíssima foto mostra um pouco de cada um dos dois belos prédios (imagem retirado do site da Fundação Roberto Marinho)

A foto mostra um pouco da fachada de cada um dos dois belos prédios que compõem o MAR (imagem retirada do site da Fundação Roberto Marinho)

 

Para saber mais

 

Museu de Arte do Rio | Site oficial

MAR no Viaje na Viagem

 

Rio de Janeiro no Cadeira Voadora

Rio para cadeirantes

Acessibilidade no metrô

Hotel acessível

Museu do Amanhã

Praia para todos

Jardim Botânico

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

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