Vinícolas no Chile | acessibilidade

Em nossa viagem ao Chile, estivemos em três vinícolas: Veramonte, Concha y Toro e Santa Rita. Agora, compartilho com você os detalhes de acessibilidade, sem me esquecer, claro, da belas fotos. 

 

Estou na entrada da Vinícola Concha y Toro!

Estou na entrada da Vinícola Concha y Toro!

 

Sem nenhuma margem para dúvida, uma viagem ao Chile não deve descartar um passeio às vinícolas, ainda que a pessoa não goste de vinho (fala sério, isso existe? rs).

Isso, porque é um passeio cultural, em que aprendemos algo que faz parte das características de um povo. Viajar é também se envolver com aquilo que é diferente, concorda?

De outro lado, é bacana compreender o processo de produção, desde a colheita, e aprender até mesmo como escolher um bom vinho e harmonizá-lo com a comida de preferência.

Como estávamos hospedados em Santiago, escolhemos vinícolas próximas, mas que fossem minimamente acessíveis. E, como já te contei no post anterior, contratamos motorista para nos levar, a fim de aproveitar melhor o tempo e evitar estresse. Bola dentro!

Foram passeios incríveis, que te conto a seguir!

 

Estou no vinhedo da Concha y Toro. As uvas são cabernet sauvignon - e é possível experimentar!

Estou no vinhedo da Concha y Toro. As uvas são cabernet sauvignon .

 

Vinícola Veramonte

 

Fica no Valle de Casablanca, a cerca de 70km de Santiago. Paramos lá para descansar um pouco, em nosso trajeto para Valparaíso e Viña del Mar. Então, não foi um tour, propriamente, mas gostamos tanto dessa vinícola que vale a pena indicá-la.

Na guarita do segurança, o Cláudio, nosso motorista, avisou que havia uma cadeirante a bordo. Assim, ele já confirmaria a acessibilidade, pois não tínhamos feito isso antes. Uma vez que o centro de visitas tem uma escadaria na entrada, podia ser que o local não fosse acessível.

 

Entrada da Veramonte: lindas rosas brancas

Entrada da Veramonte: lindas rosas brancas

 

Este é o centro de visitantes. A entrada para pessoas com mobilidade reduzida se faz pela lateral direita na foto.

Este é o centro de visitantes. A entrada para pessoas com mobilidade reduzida está entre as duas escadas.

 

Estrutura do local

 

Estacionamos o carro e fomos em direção à entrada, passando entre as parreiras.

E qual não foi a nossa surpresa, quando uma funcionária veio em nossa direção para nos recepcionar… Ela acompanhou a mim e minha mãe até o andar superior. Com ela, entramos pela porta entre as escadas e pegamos um elevador daqueles antiguinhos, com porta de gradinha, pequeno e lento. Me senti num filme noir, gente!

Ulysses e Cláudio subiram pelas escadas, porque o elevador não cabia mais que três pessoas.

No andar superior, nos surpreendemos com uma vista de tirar o fôlego. Em acréscimo, mais beleza nas salas com mesas cuidadosamente postas para a degustação. Tudo lindíssimo e sofisticado.

De lá de cima, através das paredes de vidro, é possível enxergar o processo de produção, que é mostrado integralmente a quem fizer o tour.

 

Tem lojinha

 

Nesse andar também encontramos a linda loja, que, além dos excelentes vinhos, como o Neyen, oferece azeites, sais marinados no vinho, roupas, chapéus e muito mais.

Procurei banheiro adaptado, mas não havia. Contudo, consegui entrar no banheiro comum, pois a porta tem um pouco mais que 60cm de largura.

Para finalizar, degustamos um vinho rosé e partimos rumo a Valparaíso.

É possível circular pelas áreas da vinícola sem grandes dificuldades. Na maioria dos espaços por onde passei, o chão era de terra batida, sem grandes irregularidades.

Vinícola Veramonte

Veramonte no blog Falando de Viagem

 

Estou na loja da Veramonte, que é realmente tentadora.

Estou na loja da Veramonte, que é tentadora.

 

No primeiro andar da Veramonte, há uma sacada no fundo, de onde você descortina esta vista magnífica.

No primeiro andar da Veramonte, ao fundo, descortinamos esta vista magnífica.

 

Vinícola Concha y Toro

 

No Valle del Maipo, encontramos a vinícola mais famosa e comercial do Chile. Seus vinhos são muito conhecidos no Brasil, como, por exemplo, o Casillero del Diablo.

Aqui, é possível encontrar tours em português. O que fizemos foi o tradicional, curtinho, despretensioso e divertido. O guia tinha umas tiradas bastante engraçadas.

O trajeto começou na parte externa, sem dúvida um bosque encantador. Após, passou pelo jardim de variedades, que tem parreirais de vários tipos.

Em seguida, fizemos parada para degustações e finalizamos na bodega Casillero del Diablo, com direito à narrativa da lenda que tornou o vinho tão conhecido. Depois, recebemos, como recordação, a taça na qual degustamos o vinho.

Apesar de ser um tour simples, e de a vinícola ser mais comercial, nós apreciamos muito.

 

Os bosques da Concha y Toro chegam a ser desconcertantes de tão lindos.

Os bosques da Concha y Toro chegam a ser desconcertantes de tão lindos

Minha mãe te mostra a cabernet sauvignon. Elas são assim mesmo, raquíticas. É uma técnica para ficarem mais doces.

Minha mãe te mostra a cabernet sauvignon. Elas são assim mesmo, raquíticas. É uma técnica para ficarem mais doces.

 

 

Sobre a acessibilidade

 

  • O piso externo varia, desde blocos de cimento, até piso batido, pedrinhas, etc. Foi possível circular em todos eles, mas não vá com quem não possa te ajudar, porque as distâncias são imensas. Acho pouco provável que algum cadeirante dê conta de tocar a cadeira por todo o trajeto.
  • Na maioria dos espaços, há rampas, mas algumas são bastante íngremes e lisas. Se seu acompanhante não der conta de ajudá-lo sozinho, não tenha vergonha de pedir ajuda. Todo mundo foi muito solícito conosco, incluindo os colegas de tour.
  • Para entrar na bodega Casillero del Diablo, que é histórica, há uma escada com uns 20 degraus. Serão necessárias pelos menos duas pessoas para ajudar a descer com a cadeira.
  • Se você for de carro alugado, pode contar com vagas reservadas.
  • Não me lembrei de verificar se havia banheiro para cadeirantes.

 

Vinícola Concha y Toro | site

Concha y Toro no blog Nós no Chile

 

Escadaria para a bodega Casillero del Diablo

Escadaria para a bodega Casillero del Diablo.

Entrada da parte onde acontecem os tours

Entrada da parte onde acontecem os tours

 

Vinícola Santa Rita

 

Nesta vinícola, também encontramos tour em português. Fizemos o clássico, que durou 1 hora, com a guia Maira, uma brasileira super conhecedora de vinhos. Aprendemos muito! E, principalmente, como ela fazia questão de frisar, despertamos o chileno dentro de nós

Para começar, a guia faz um breve relato da história da cultura de uvas no Chile. Então, começamos pelo jardim de variedades, depois conhecemos os vinhedos, as bodegas de vinificação e o local onde os vinhos são engarrafados e guardados.

 

Jardim com nogueiras, na Vinícola Santa Rita

Jardim com nogueiras, na Vinícola Santa Rita

 

Bodega histórica no Santa Rita. Sobreviveu a um terremoto, e algumas colunas precisaram ser reforçadas

Bodega histórica no Santa Rita. Sobreviveu a um terremoto, e algumas colunas precisaram ser reforçadas

 

Degustação

 

O passeio termina com uma degustação de vinhos reserva. Mas essa degustação é detalhada, então aprendemos a perceber a cor, o aroma, o corpo e por aí vai. Também passamos a compreender até mesmo como harmonizar vinhos.

Consegui até derramar uma taça de vinho em mim, na hora de incliná-la para perceber a transparência… rs Tomar banho de vinho reserva não é para qualquer um, pode acreditar.

Terminamos o tour na lojinha, que tem vinhos maravilhosos, artesanato, cremes feitos com vinho e acessórios para o bar.

O espaço também conta com restaurante e um museu andino.

 

Uvas descansando nos imensos tonéis

Uvas descansando nos imensos tonéis

 

Acessibilidade na Santa Rita

 

  • O banheiro dito adaptado não tem tranca e tem as mais estranhas barras de segurança que já vi. Na verdade, elas fazer a segurança do vaso sanitário, não a nossa. Um horror. (Veja abaixo)
  • Área externa asfaltada ou pavimentada com blocos
  • Rampas
  • Quase a totalidade do tour é feito em áreas planas. Quando havia escada, a guia mesmo se prontificou a chamar um funcionário, que passou comigo pela lateral e acessou uma entrada plana. Somente em uma das vezes tivemos que subir um degrau. Todos os funcionários foram extremamente gentis e simpáticos.
  • Na bodega histórica, a entrada não foi simples, porque havia uma rampa de madeira escorregadia e com frisos mais altos nas laterais. Tivemos de ser criativos e de pedir ajuda.

 

As estranhas barras de apoio no sanitário acessível da Vinícola Santa Rita...

As estranhas barras de apoio no sanitário acessível da Vinícola Santa Rita…

 

Nozes no pé

Na Santa Rita, encontramos um atrativo a mais. Nos jardins que ficam atrás do museu, saboreamos nozes colhidas no pé. Isso tem preço?

 

Na foto superior, a noz ainda está envolvida numa "capinha". Nas fotos de baixo: à esquerda, Cláudio colhe nozes; à direita, Ulysses apanha as que caem no chão. As mais deliciosas que já provei!

Na foto superior, a noz ainda está envolvida numa “capinha”. Nas fotos de baixo: à esquerda, Cláudio colhe nozes; à direita, Ulysses apanha as que caem no chão. As mais deliciosas que já provei!

 

Vinícola Santa Rita | site

Santa Rita no blog Nós no Chile

 

Nota:

Como fomos através de agência, com tours reservados por ela, pagamos um valor mais baixo para entrar. Se for por conta própria, sem agência, não se esqueça de fazer reserva para as vinícolas, principalmente se precisar que o tour seja em português!

Dica: leve agasalho, pois as bodegas são climatizadas e muito frias.

 

Almoçamos em um restaurante rural, indicado pelo Cláudio. Fica perto da Santa Rita. Comemos com tranquilidade, porque não é um lugar turístico.

Almoçamos em um restaurante rural, indicado pelo Cláudio. Comemos com tranquilidade, porque não é um lugar turístico.

 

 

Desperte o chileno em você!

 

Não tenha dúvida de que este passeio é imperdível. Quando voltar ao Chile, certamente vou conhecer outras vinícolas e escolher tours mais específicos, para aprender ainda mais.

Para finalizar, o vídeo abaixo foi feito pelo Cláudio, na Vinícola Veramonte. Em alguns segundos, te mostro a acessibilidade e a minha alegria por conhecer um lugar tão bacana!

♥ Após o vídeo, no Para saber mais, você encontra os links para todos os posts que publiquei sobre o Chile!

 

 

 

Para saber mais:

 

Série #CadeiraVoadoraNoChile

 

Mobilidade em Santiago, feriados irrenunciables e agência contratada para passeios

Valparaíso e Viña del Mar

Vinícolas: Concha y Toro, Santa Rita e Veramonte

Hotel acessível em Santiago

Viagem aérea (Latam) e aeroporto de Santiago

 

Chile em outros sites e blogs

Nota: quando indico blogs ou sites, isso não significa que eu concorde com todas as percepções dos autores, principalmente nos que oferecem informações sobre acessibilidade. Mas mesmo assim indico, porque oferecem informações detalhadas e importantes. Sobretudo, preste atenção nas datas de cada post e se foram atualizados, porque tudo muda o tempo todo!

 

Nós no Chile

Dúvidas frequentes sobre viagem para o Chile

Santiago no blog Viaje na Viagem

Santiago para cadeirantes no blog Mão na Roda 

Chile para cadeirantes no blog Casadaptada

Santiago para cadeirantes no BHLegal

Como é Santiago para deficientes

Metrô de Santiago – acessibilidade

Un recorrido por Santiago: rutas y accesibilidad universal

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

2 Comments

  1. Meu marido é cadeirante e essa será nossa primeira viagem internacional. Procurando informações achamos seu site e como estamos indo pro Chile agora no fim de março a viagem já começou lendo seus relatos e vendo suas fotos! Obrigada por compartilhar!!!! Já estamos AMANDO! Rss

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