Roteiro de acessibilidade em Copacabana

Confira dicas de acessibilidade para curtir Copacabana, o famoso bairro carioca que atrai multidões!

 

Copacabana continua linda, mesmo com tempo nublado (Todas as fotos são de Marta Alencar, exceto quando indicado)

Copacabana é linda mesmo com tempo nublado (Foto: Marta Alencar)

 

O Rio de Janeiro deve algo do seu encanto a Copacabana, charmoso bairro da zona sul, homenageado em diversas canções brasileiras e estrangeiras. A boa notícia é que a região também pode ser apreciada pelos turistas em cadeiras de rodas, apesar de ter desafios quanto à acessibilidade.

Neste post, você encontra um roteiro de dois dias com dicas de como circular pela região usando cadeira de rodas, assim como um mapa com a marcação de todas essas atrações.

E, antes de prosseguir, saiba que fiz também um post sobre o hotel em que ficamos. Para ler, é só clicar aqui!

[Post publicado em 2016 e atualizado em 09/2020]

 

Para acessar o mapa que fiz, basta clicar aqui.

Para acessar o mapa que fiz, basta clicar na imagem. (Atualização: houve algum problema com meu mapa, e o link não está funcionando. Até que eu consiga corrigir, por favor acesse o mapa produzido pelo Mão na Roda, aqui)

 

Roteiro com acessibilidade

 

Certamente, parte da popularidade de Copacabana pode ser experimentada simplesmente andando sem destino pelo calçadão e deixando as marcas das rodas de sua cadeira por lá.

Além das belezas naturais, a região tem comércio diversificado, muitas opções de hotel (leia o post sobre hotel aqui) e três estações de metrô à disposição. Para acessar o metrô, cadeirantes podem procurar a estação Cantagalo, que fica a uma quadra desse hotel.

O roteiro que te apresento pode ser feito em quanto tempo você preferir, mas acredito que dois dias representam um intervalo confortável, para não se cansar demais, nem ficar com horário ocioso.

 

1º dia

 

Manhã: Passeio na orla

 

Se você optar por se hospedar no mesmo hotel que nós (Ibis Posto 5), basta descer três quarteirões, atravessar a avenida e se preparar para uma paisagem que faz brilhar os olhos. A praia está toda a sua frente, e admirar o mar é de graça!

O calçadão de mosaico português é a marca de Copacabana, piso que, como sabemos, não é confortável para cadeirantes. Então, torça para que ele esteja em boas condições quando fizer sua visita!

Estacione sua cadeira de rodas num dos quiosques para tomar um suco, uma cerveja ou um drinque (que tal uma caipirinha?), coma alguma coisa e aproveite seu precioso tempo apreciando a paisagem.

Banhos de mar assistidos são possíveis! O projeto Praia para Todos oferece cadeiras anfíbias e o apoio treinado de simpáticos voluntários. É tudo gratuito, e os serviços ficam disponíveis durante os meses de férias. Para mais informações, leia meu post sobre o assunto.

 

Pare num dos quiosques pra curtir a paisagem sem pressa!

Pare num dos quiosques pra curtir a paisagem sem pressa! (Foto: Marta Alencar)

 

A parte do calçadão que percorri estava em condições razoáveis

A parte do calçadão que percorri estava em condições bastante razoáveis (Foto: Marta Alencar)

 

 

Tarde: foto com Drummond e passeio no Forte

 

Que tal passar a tarde no Forte de Copacabana? No caminho para lá, aproveite para tirar uma foto com Carlos Drummond de Andrade. O grande poeta mineiro, itabirano como eu, foi imortalizado em uma bela estátua de bronze, assinada pelo artista Leo Santana, a qual fica entre os postos 5 e 6.

Mas tenha paciência, porque ela atrai muitos turistas, e pode haver fila para fotos…

 

Indispensável papo com Drummond à beira-mar...

Indispensável papo com Drummond à beira-mar… (Foto: Marta Alencar)

 

Forte de Copacabana

 

Uma vez registrada sua amizade com o poeta, prossiga até o Forte. O passeio reserva aquele gostinho bom de estar em uma construção histórica que recebeu a atenção de um arquiteto para torná-la acessível. Ponto para o Exército, pela preservação do patrimônio histórico, ao mesmo tempo tornando-o mais adequado às pessoas com deficiência.

Há uma passarela pavimentada que corta toda a área, pela qual a cadeira de rodas circula facilmente, sem a típica trepidação provocada pelos paralelepípedos e sem que fosse necessário removê-los, para não descaracterizar a construção.

Curta um lanche ou uma refeição na Confeitaria Colombo do Forte, de preferência na área externa, já que os garçons colocam uma rampa móvel para que o cadeirante acesse as mesas próximas à mureta, com vista para o mar!

Se precisar usar banheiro, existe um adaptado próximo à fortificação, quase no final do trajeto cimentado.

Sugiro que, nesta noite, você vá para a cama mais cedo a fim de descansar, porque o dia terá sido movimentado, particularmente se tiver optado pelo banho de mar!

Para ler meu post completo sobre o Forte de Copacabana, clique aqui.

 

Rodando pelo calçadão em direção ao Posto 6, já se descortina o Forte de Copacabana, construção histórica que recebeu a atenção do Exército com vistas à acessibilidade.

Ao fundo, o Forte de Copacabana (Foto: Marta Alencar)

A passarela está disponível ao longo de todo o percurso, assim como rampinhas, embora algumas sejam um pouco íngremes. Mas lhe permitirão até mesmo o acesso à mureta, para admirar a belíssima vista.

A passarela cimentada está disponível ao longo de todo o percurso, assim como rampinhas, embora algumas sejam um pouco íngremes. (Foto: Marta Alencar)

Certamente vc precisará de dinheiro para almoçar ou lanchar na Colombo do Forte, mas ó: não tem preço! Os mais emotivos e românticos, então, vão amar a experiência.

Confeitaria do Forte: Os garçons colocam uma rampinha para que se tenha acesso às mesas externas (Foto: Marta Alencar)

 

 

2º dia

 

Manhã: compras nas lojinhas da região

 

A região de Copacabana onde está o Ibis Posto 5 é muito movimentada, com comércio diversificado, restaurantes, cinema de rua e botecos. Muitos desses estabelecimentos têm rampa na entrada, mas a maioria, infelizmente, é bastante íngreme.

Porém, observei acessibilidade atitudinal, pois os funcionários estão bastante atentos, e vários me ofereceram auxílio logo que me aproximei da porta.

Para lanchar, sugiro o Café e Bar Stalos, que tem uma rampa bem suave na entrada (na verdade, ela é quase plana). Se você for vegano, bata ponto no restaurante Rio Vegano, bem perto. É um local pequeno, com um degrau na porta, mas a comida deliciosa, os sucos bacanas e o atendimento acolhedor compensam o esforço.

Quem gosta de frutos do mar pode escolher uma das mesas externas do tradicional O Caranguejo, mas os preços são mais altos.

 

Entrada acessível no Stalos, que também tem delivery.

Entrada acessível no Stalos, que também tem delivery. (Foto: Marta Alencar)

Ai, ai... algumas calçadas em Copacabana estão dando tristeza. Que desmazelo!

Ai, ai… algumas calçadas em Copacabana estão dando tristeza.

A rampa desta farmácia é íngreme, mas o funcionário me ofereceu ajuda logo que me aproximei. Não precisei pedir.

A rampa desta farmácia é íngreme, mas o funcionário me ofereceu ajuda logo que me aproximei. Não precisei pedir.

Nesta farmácia, há duas quadras do hotel, consegui entrar sozinha.

Nesta farmácia, a duas quadras do hotel, consegui entrar sozinha.

 

Tarde: cinema

 

Copacabana traz uma alegria especial àqueles que sentem saudades dos cines de rua: o Cinema Roxy.

Localizado na movimentada Av. Nossa Sra. de Copacabana, seu prédio data de 1938. A entrada é plana, tem plataforma elevatória e banheiro acessível. Que tal curtir um filme à tarde?

 

Noite: boteco

 

Você não poderia deixar de curtir um dos movimentados botecos de Copacabana. Há muitos!

Escolhemos o Belmonte, porque estávamos bem cansadas, e ele fica pertinho do cinema e do hotel. Além disso, oferece algumas condições para cadeirantes, ao contrário de outros na região.

Tem rebaixamento de calçada, e o passeio está em razoáveis condições. O degrau na entrada é superado com o auxílio de uma rampa, que os garçons gentilmente colocaram, quando perguntamos por acessibilidade.

A vibe é descontraída, a decoração é bonita, tem gostosos drinques, cerveja, chope e excelentes tira-gostos. Portanto, não é sem razão que fica lotado!

Como o toalete está localizado no piso inferior, foi instalada, na escada, uma cadeira-elevador para acessá-lo. Ela é mais apropriada para pessoas com mobilidade reduzida, e não para cadeirantes, pois é necessário fazer a transferência para o equipamento e pedir a alguém para descer as escadas com sua cadeira de rodas.

Pedi a Marta, que estava comigo, para fazer o teste, porque, sinceramente, após uma piña-colada me senti sem equilíbrio suficiente…

 

No vídeo, Marta experimenta a cadeira-elevador.

 

Vamos conferir o mapa?

 

No mapa que preparei* , mostrando este roteiro de acessibilidade em Copacabana, há todos esses endereços e ainda outros. Por exemplo, ele inclui farmácia e supermercado. Espero que você possa nos indicar mais lugares, para que ele fique cada vez mais completo.

Nota: houve algum problema com meu mapa, e o link não está funcionando. Até que eu consiga corrigir, por favor acesse o mapa produzido pelo Mão na Roda, aqui)

Agora, que tal arrumar a bagagem e partir rumo ao Rio de Janeiro, a fim de descobrir por que Copacabana despertou tanta paixão?

(Post atualizado em 31/08/2020)

 

Para saber mais:

 

Acesse aqui todos os posts do blog Cadeira Voadora sobre o Rio de Janeiro.

 

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

2 Comments

  1. Parabéns Marta, muito legal suas dicas e orientações!!
    Um abraço!

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