O mínimo que ouso dizer a respeito da pintora mexicana Frida Kahlo é que é fascinante, tanto pela personalidade, quanto pela obra.
Nascida em 6/7/1907, ela faria hoje 112 anos. Há tantas décadas, seu jeito de ser chocava, mas permanece sendo surpreendente.
Criança, se vestia como menino. Fez natação e boxe, incentivada pelo pai. A sexualidade era precoce, e mesmo após casada teve inúmeros amantes (homens e mulheres), também como uma espécie de vingança pela infidelidade do marido e parceiro de vida, o também pintor Diego Rivera.
Mesmo há 100 anos, numa cidade com todas as limitações de Coyoacán, no México, a deficiência física e o acidente que sofreu não foram capazes de interromper a explosão apaixonada que foi sua vida.
Deficiência física
A deficiência física acompanhou a aclamada pintora durante toda a existência. Alguns dizem que era sequela de poliomielite, mas parece que era de fato espinha bífida. Como a pintora se contradizia muito em suas cartas, ninguém sabe exatamente se alguns fatos de sua vida eram verdadeiros ou inventados.
Aí reside mais um pouco do fascínio que esta mulher exerce: ela é também personagem de suas histórias, criação sua.
Aos 18, o ônibus em que viajava bateu em um bonde, e esse acidente impactou profundamente os anos vindouros. Ela teve de conviver com dores lancinantes pelo resto de seus dias, usar aparelhos ortopédicos e muitas vezes pintar deitada.
Dor e arte
Na obra de Frida, a dor e a angústia estão bastante presentes. Não sou uma conhecedora do assunto, mas acredito que, se não fosse a arte, ela não teria dado conta de sobreviver, pois assim pôde sublimar a força do que sentia.
As dores físicas e emocionais se transmutaram nas mais belas, coloridas e doloridas obras de arte. É impossível olhar os quadros e não ser atingido com muita força.
“(…) uma cicatriz nunca é feia. (…) temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. (…) uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: ‘Eu sobrevivi’.” – Pequena Abelha, Chris Cleave.
Mas Frida também era cheia de vida e acabou se transformando num ícone pop. Passou para a história como uma mulher rebelde e inconformista, provocadora, controversa, que se vestia coloridamente e criativamente, trazendo na alma e no corpo a cultura do México.
É possível captar um pouco desta mulher apaixonada em tudo que já se produziu sobre a vida dela. Mas não há modo melhor de fazer isso que mergulhando em suas fotos e nos quadros, alguns lindos, outros dilacerantes, outros ingênuos, muitos deles pintados com cores berrantes.
Se você não conhece Frida, mergulhe.
Homenagem
Sempre quis fazer uma homenagem a Frida aqui no Cadeira Voadora, e hoje foi a oportunidade, por uma questão de sincronicidade.
Passei na livraria para adquirir um livro, e numa das prateleiras internas, esta obra pulou na minha frente:
Quando cheguei em casa, descobri, numa destas lembranças que o Facebook nos mostra todo dia, que havia uma postagem minha sobre o aniversário da pintora.
Então, resolvi que esta homenagem seria produzida hoje.
Daqui até o final do post, você vai encontrar somente imagens (com exceção de breves legendas), para que entre em contato com a homenageada e com sua obra, sem muito falatório, para não estragar a experiência.
Depois, se desejar, fale um pouco dos seus sentimentos e percepções ao deparar com esse material. Vou gostar muito de saber. =D
Lá embaixo tem um Para Saber Mais, tá?
Quadros
Fotografias
Para saber mais:
Frida Kahlo nasceu Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón em 6/7/1907 em Coyoacán, México, onde veio a falecer em 13/7/1954.
Conheça: Frida es extraña como yo: Un cómic para niñas inspirado en Frida Kahlo
Veja peças do guarda-roupa de Frida
Raras fotos em seu último ano de vida
Vida e obra de Frida Kahlo (documentário no canal Philos)
Filme Frida (Na Netflix)