CCBB-BH | Acessibilidade para cadeirantes

O CCBB-BH é um programa obrigatório em Belo Horizonte, tanto pela arquitetura quanto pela qualidade das exposições. Por isso, você não deve deixar de visitar!  Para facilitar, compartilho neste post muitas informações sobre a acessibilidade. Vamos?!

 

Na foto, a fachada do CCBB-BH iluminada para o Natal

Provavelmente, você já conhece alguma das unidades do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em uma das capitais brasileiras. De qualquer forma, certamente sabe que a instituição é sinônimo de qualidade em arte e cultura, onde quer que se localize.

Todas as unidades estão instaladas em edifícios históricos, com arquitetura digna de nota.

Em Belo Horizonte, o CCBB faz parte do Circuito Liberdade, um dos principais complexos culturais do país.

[Todas as fotos, exceto a primeira, pertencem ao acervo de Laura Martins]

 

Sempre em transformação

 

Publiquei o primeiro post sobre o CCBB-BH em 2013, logo após sua inauguração. Como retornei ao local inúmeras vezes, foi possível notar modificações  para a acessibilidade melhorar. Isso é um excelente sinal, concorda?

Se você ama arte e cultura, acredito que vai adorar o passeio! E, caso ainda não ame, que tal se dar essa oportunidade? Pode ser que mude de opinião…

 

Para entender o mundo

 

“A arte é o espelho e a crônica de sua época.” (Shakespeare)

 

Pra começo de conversa, vale lembrar que a arte e a cultura nos permitem entrar em contato com a história, as emoções e as fantasias de um povo e de uma época. Por isso, é tão importante valorizá-las e preservá-las, a fim de que possamos aprender com elas. Sem dúvida, os CCBBs fazem isso muito bem.

Uma de suas marcas é a ocupação de prédios que, por si sós, são referência artística e cultural. O da Praça da Liberdade, onde está o de BH, tem seu interior repleto de belos vitrais e colunas. O edifício de 6 andares, em estilo neoclássico, foi finalizado em 1930 e estruturado em torno de um pátio.

Outra marca é a qualidade e variedade dos eventos, alguns gratuitos e outros com preços acessíveis. Lá você encontra teatro, exposições, música e educação.

Agora, vamos conversar sobre a acessibilidade?

 

A gente vai ao CCBB não somente para visitar as exposições ou ir ao teatro, mas também para conhecer e admirar a bela arquitetura. Note os vitrais e o guarda-corpo cheio de arabescos.

A gente vai ao CCBB também para conhecer e admirar a bela arquitetura.

A foto mostra o hall dos elevadores e corredor que dá acesso à exposição.

A foto mostra o hall dos elevadores e o corredor que dá acesso a uma das exposições.

 

Acesso para cadeirantes

 

O CCBB-BH sempre me pareceu atento à acessibilidade. Desde a inauguração, se preocupou em oferecer condições de acesso a todos os públicos. Além disso, percebemos que promoveu mudanças, que certamente ocorreram devido a reclamações e sugestões.

 

1 – Entrada e estacionamento

 

Ao lado do edifício, há duas vagas acessíveis. Ficam na Av. Brasil, em direção à Praça da Liberdade, um pouco antes do Edifício Niemeyer.

Dali, são poucos metros até a entrada acessível, pelo quarteirão fechado. Esse trecho é um pouco íngreme, “culpa” da geografia da capital mineira. Por isso, nem todo cadeirante conseguirá percorrê-lo sozinho. 

A outra entrada, por escadaria, está em frente à Praça da Liberdade. Como a entrada acessível nos deixa no pátio, que tem cafeteria e banheiros, boa parte das pessoas sem deficiência escolhe este acesso.

 

2 – Elevadores (senta, que lá vem história)

 

Os elevadores parecem feitos para casa de bonecas, porque são minúsculos.

Apesar disso, logo que o CCBB-BH foi inaugurado, havia ascensoristas. Eles precisavam retirar seu banquinho e ficar de pé toda vez que um cadeirante entrava.

Encaminhei sugestões, e outras pessoas também devem ter feito isso. Afinal, na minha segunda ida, haviam retirado não somente o banquinho, mas também o/a ascensorista.

Mesmo assim, acredito que não caiba uma scooter no elevador. E, caso a cadeira de rodas seja maior, talvez o acompanhante do cadeirante tenha de subir separadamente…

 

Esta é a entrada principal, que tem uma escadaria que dá para a Praça da Liberdade. Cadeirantes têm acesso pelo pátio.

Entrada com escadaria, em frente à Praça da Liberdade

A artista Agnès Thurnauer fez combinações inusitadas com nomes de grandes personalidades. A obra faz parte do recorte curatorial "Questionando gêneros", em 2013.

Obra da artista Agnès Thurnauer, que fez combinações com nomes de personalidades. A obra fez parte da mostra “Questionando gêneros”, em 2013.

 

3 – Banheiros (e mais história)

 

Também tenho história para contar a respeito dos banheiros, que, a princípio, não tinham como ser trancados. Sim, é de chocar, mas infelizmente era dessa forma em muitos locais.

Se você não tem deficiência, talvez nunca tenha imaginado como é desagradável não poder trancar um banheiro. Significa correr risco constante de ter sua intimidade exposta.

Na primeira vez em que visitei o espaço, um funcionário se prontificou a vigiar a porta para mim, para que ninguém entrasse. Apesar de ser uma atitude gentil, não é uma situação confortável.

Na época, deram a desculpa de sempre. Ou seja, não é possível trancar o banheiro para preservar a segurança da pessoa com deficiência. Supostamente, se ela passar mal ou acontecer um acidente, alguém poderá socorrê-la facilmente.

Porém, essa justificativa não é válida, pois cabe somente à pessoa com deficiência decidir se é seguro trancar ou não. No entanto, para isso, é preciso que haja como trancar, não é mesmo?

 

O que diz a norma?

Na norma técnica, a orientação para segurança nos banheiros é instalar dispositivo que possamos acionar para que soe um alarme.

Não sei se o CCBB-BH modificou todos os banheiros, mas posso te garantir que existe tranca no que fica no pátio. Ele também tem barras de segurança, assim como lavatório que permite aproximação da cadeira de rodas. Infelizmente, o vaso sanitário tem abertura frontal, e isso ainda não sofreu alteração.

 

Publicidade institucional revela atenção à acessibilidade (Imagem retirada do Facebook do CCBB)

Publicidade institucional revela atenção à acessibilidade (Imagem do Facebook do CCBB)

4 – Acesso às exposições e ao teatro

 

Preciso atualizar esta informação, mas, a princípio, notei que há acesso a todas as salas com exposições.

O teatro também é acessível. Porém, o cadeirante deve entrar pelo pátio para ter acesso à porta lateral e às vagas da primeira fileira. Tem poltrona ao lado para o acompanhante.

Como o palco é baixo, penso que não chega a ser desconfortável ficar tão próximo, a menos que o espetáculo seja longo. Já assisti a alguns lá, e não houve problemas.

 

5 – Lanchando no pátio

 

Infelizmente, o Café com Letras Liberdade, que ficava no pátio, foi desativado. Era uma cafeteria com inúmeras qualidades, incluindo boa música ao vivo.

No fundo do pátio, encontramos, agora, uma unidade da Frau Bondan. É um espaço charmoso, mas achei decepcionante, pois o serviço é lento, e o omelete que pedi estava abaixo da crítica. Como só estive lá uma vez, acho justo você checar outras avaliações na internet.

No Para Saber Mais, te informo os links para checar informações atualizadas, combinado?

 

Foto do pátio, tirada da janela do 3º andar. Há claraboias, o que faz com que o espaço fique particularmente agradável com a luz da manhã. As mesas das cafeterias ficam espalhadas no local, assim como, eventualmente, as obras de arte ou alguma instalação. Mas também há mesas internas. À direita, fica a porta pela qual cadeirantes têm acesso ao teatro.

Foto do pátio, tirada em 2013, da janela do 3º andar

 

Outros itens de acessibilidade

 

O Programa CCBB Educativo desenvolve ações que estimulam a experiência, a criação, a investigação e a reflexão. Esse trabalho se destina a todos os públicos, incluindo pessoas com deficiência.

No site CCBB Educativo – Patrimônio & Memória , encontramos audioguias de visitas conduzidas pelos educadores do programa. Também há materiais educativos para quem quer saber mais sobre o edifício.

Para acessar os audioguias, clique aqui.

 

Vale a pena visitar?

 

Acredito que, nessas alturas, você já se convenceu a destinar pelo menos duas horas do seu tempo para conhecer esta atração. No entanto, caso isso não tenha ocorrido, apenas confie em mim e vá, pois não vai se arrepender!

Um grande beijo e não se esqueça de checar os links abaixo, no Para saber mais!

 

Estou na exposição “Armorial”, sobre Ariano Suassuna

 

Atenção: o CCBB-BH não funciona às terças-feiras.

Este post faz parte da série Guia BH Acessível e recebeu atualização em 03/01/2021.

 

Para saber mais:

 

Site do CCBB-BH

Cafeteria e loja de artesanato

Instagram do CCBB-BH

 

O totem com álcool em gel é acessível para cadeirantes, algo raro de encontrar

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

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