Como é a acessibilidade para cadeirantes no Museu Rodin? Se você, como eu, curte turismo cultural e ama arte, visitar este local é um programa obrigatório em Paris. Estar frente a frente com as incríveis esculturas de Rodin não tem preço! Vambora?
Atenção: Os posts sobre Paris estavam no endereço antigo do blog, mas estou transferindo-os para cá, um a um, e aproveitando para atualizá-los, de acordo com informações dos sites oficiais dos lugares que visitei.
Como estive na França há muitos anos, em 2008, então as informações que não são oficiais precisarão ser confirmadas. Aproveitando a oportunidade, fica uma dica: é prudente checar todas as informações que lemos em blogs ou sites, porque as situações mudam com o tempo. Além disso, muitos textos se baseiam mais em impressões que em fatos.
Dito isso, se tiver alguma dúvida, basta deixar nos comentários ou me enviar um e-mail, combinado?
Laura Martins | contato@lauramartins.net
O imperdível Museu Rodin
Sem dúvida, o Museu Rodin é parada obrigatória, até mesmo se você não for um apreciador de arte. Afinal, como se não bastasse a beleza das esculturas, o local também é uma atração, com seus lindos jardins! Como bônus, dos jardins podemos avistar importantes monumentos de Paris!
No local encontramos, além das obras do famoso escultor Auguste Rodin, algumas peças de Camille Claudel e de artistas amigos. Um detalhe interessante é que as obras estão distribuídas tanto no interior do edifício (Hôtel Biron) como no agradável jardim.
Lá, você poderá conhecer a maioria das criações significativas de Rodin, incluindo O Pensador, O Beijo e os Portões do Inferno.
Como foi minha experiência
Fui sozinha, porque meu companheiro de viagem precisou retornar ao trabalho.
Peguei um táxi no Instituto do Mundo Árabe, meu destino anterior, com um gentil motorista, que teve total boa vontade de me ajudar tanto no embarque como no desembarque.
Na verdade, no desembarque nem foi necessário, pois o segurança do museu, logo que viu a cadeira de rodas sendo retirada do porta-malas, se adiantou e tomou conta da situação.
Assim, me conduziu até o interior do local, ele próprio buscou o bilhete de entrada e, a seguir, me ofereceu um folheto explicativo e passou algumas informações sobre as salas, as exposições, etc. Por fim, me conduziu até o jardim e enfim me deixou por conta própria.
Eba! Começava mais uma aventura!
Circulando pelos jardins
Sem dúvida, rodar sozinho pelo jardim é tarefa para quem tem braços fortes e parafusos a menos. Afinal, há pedriscos por toda a extensão.
Porém, fiz de conta que nem notei — e roda pra frente!
Claro que, ao chegar ao hotel, tive de recorrer a uma ducha escaldante, para relaxar a musculatura, e à minha indefectível maletinha de medicamentos, porque tudo doía.
Então, sugiro não encarar esse passeio sozinho. Asseguro que é melhor com um acompanhante!
O que você vai encontrar nos jardins
Apesar da dificuldade para circular, por causa das pedrinhas, deu pra me virar. E super valeu a pena, pois eles são realmente especiais, e olhe que era outono, então havia poucas rosas. Mas os tons de verde, amarelo e laranja eram encantadores! Imagine o que seria na primavera…
Passear por ali é se deparar com as belas esculturas e se surpreender a cada passo. Para mim, que amei Rodin desde sempre, era o próprio paraíso.
A monumental Porta do Inferno acolhe o visitante na entrada, por detrás das rosas. À direita de quem entra, encontrei O Pensador. Outras esculturas famosas estavam lá, como O Beijo, As Três Sombras e A Catedral.
Lá vem história…
Descendo pelos jardins, à direita, havia uma cafeteria. Talvez ela até fosse interessante em épocas com temperatura mais alta, pois havia simpáticas mesinhas no jardim. Certamente seria agradável um lanche do lado de fora, mas não num dia frio… Já a parte interna não era atraente, então não valeria a pena parar lá, a não ser que a pessoa estivesse morta de fome. Era o meu caso.
Havia uma entrada sem degrau, mas a porta estava trancada e, como você já deve estar imaginando, ninguém conseguiu localizar a chave.
Por fim, uma senhora se ofereceu para me ajudar a entrar pela porta com degraus (dois, se não me engano). Ela falava espanhol e inglês, eu só falava francês, mas conseguimos nos entender perfeitamente!
Em um instante eu estava no interior do café, comendo o péssimo sanduíche frio e a péssima salada. Mas o que importava é que precisava de calorias para retornar, pois não havia seguranças disponíveis nos jardins. Ah! Também não pude usar o toalete, pois estava trancado…
Olha a falta que faz ter acessibilidade, pelo menos acessibilidade atitudinal, não é mesmo? No fim das contas, também faz falta alguém para te ajudar nessa hora, a fim de procurar a chave, certamente em poder do segurança na portaria (muito longe para uma “pobre” cadeirante cujos braços, a essa altura, não valiam mais nada!).
Interior do casarão
Voltando pelo jardim, em direção à entrada do museu, decidi visitar o interior da casa, para conhecer as outras esculturas. Para ter acesso, havia, na época, uma rampa mega over íngreme. Jamais conseguiria entrar sozinha! Então, sabe o que fiz?
Fiquei esperando passar alguém com cara de francês e pedi ajuda.
Que bom! Era de fato um francês, compreendeu tudo o que eu disse e me acompanhou até o interior do prédio, aguardando calmamente o segurança procurar a chave da porta à qual a rampa dava acesso.
Quem foi mesmo que disse que os franceses são arrogantes e mal-educados? Sem dúvida, não foi essa a minha experiência…
Vale a pena?
Magnífico! Assim resumo o Museu Rodin.
Agora, em 2024, não sei se a acessibilidade melhorou, mas sugiro que não deixe de ir, tanto pela beleza do local quanto pela oportunidade de estar frente a frente com obras desse artista tão representativo!
Abaixo, no Para saber mais, deixo link do site oficial, para informações sobre a acessibilidade do local, combinado?
E, se você for, ou se já conhece o museu, por favorzinho, deixe suas impressões aí nos comentários, tá? A gente agradece, e muito!
Acessibilidade no Museu Rodin | Site oficial
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