Há um mês, São Paulo teve a alegria de ver inaugurada a primeira cafeteria brasileira com atendentes que têm síndrome de Down. Eu fui! Vem comigo, vou te contar tudo sobre o Chefs Especiais Café!
Quando ouvi falar pela primeira fez do Chefs Especiais Café, decidi imediatamente que iria visitá-lo o mais breve possível. Todas as notícias a respeito contagiavam pelo entusiasmo com a novidade.
Criado pelo Instituto Chefs Especiais, o café visa dar autonomia a pessoas com síndrome de Down e incluí-las no mundo do trabalho. Nada de ter peninha nem de tratar esses garotos como anjinhos ou coitadinhos, que eles definitivamente não são. Ao contrário: como qualquer um de nós, têm habilidades que devem ser potencializadas.
Para evitar esse olhar distorcido, os atendentes usam uma roupa de motociclista, no estilo hardcore, ou bad boy “fofo”, como declara o próprio site da cafeteria. Dessa forma, os garotos ganham um ar de independência, força e firmeza.
Apesar de ser uma ONG, o café é também um negócio, que visa ao lucro como forma de recompensar os funcionários com salários dignos e ajudá-los a prosperar.
A escolha da Rua Augusta foi certeira, já que é um espaço que recebe todas as tribos. A cafeteria espera receber todo tipo de gente, afinal é inclusiva. Serão bem-vindos Downs, cegos, cadeirantes, brancos, negros, novos, velhos, homens, mulheres, trans e drag queens. Tem lugar para todos.
Avaliação dos serviços
Não é porque a cafeteria tem funcionários com síndrome de Down que vamos deixar de avaliar os serviços, é claro.
Sem dúvida nenhuma, a marca do local é a alegria, e ela contagia. O atendimento é no ritmo dos garotos, e é preciso ter paciência, porque eles têm limitações e estão em fase de treinamento. Isso não é nada de mais, eu penso, uma vez que, em muitos lugares onde não há ninguém com deficiência (pelo menos aparente), precisamos ter um estoque imenso de paciência.
Escolhemos o café coado na mesa. É um longo ritual, mas divertido, ainda mais com a ajuda dos meninos (veja no vídeo abaixo). E, no fim das contas, o café estava delicioso. A broa com calda de goiabada também estava muito gostosa.
A vitrine da cafeteria continha inúmeros itens, e todos estavam convidativos. Foi difícil escolher.
No vídeo, Ida e eu estamos aprendendo a preparar o café coado, com o auxílio dos atendentes.
https://youtu.be/MXdRVKG9LZo?list=PLsMdwRvPLenmOxQY6YVMbgCJsIeIqs4ax
Acessibilidade para cadeirantes
A cafeteria fica na entrada de um restaurante, com espaço cedido pelo proprietário, que abriu mão de vender café e sobremesa a fim de que sejam, agora, consumidos na cafeteria.
Não há banheiro para cadeirantes, e para acessar o restaurante há degraus. Entretanto, é fácil acessar a cafeteria, porque ela fica na entrada e há um rebaixamento para isso (uma rampinha).
O cadeirante que tiver a credencial poderá estacionar seu carro numa vaga próxima, na esquina da Alameda Lorena (se estiver descendo a Augusta, entre à direita), ou escolher um dos inúmeros estacionamentos pagos das proximidades. A calçada não está grande coisa, nem os rebaixamentos, e a Augusta é íngreme, mas é possível chegar à cafeteria sem grandes riscos… rs
Como o lugar está sempre lotado, há bancos em frente, na calçada, para que ninguém precise aguardar de pé.
Experiência
Não deixe de vivenciar esta experiência. Por isso, coloque a cafeteria em sua lista de lugares aonde ir em São Paulo. Todo espaço que contribui para a convivência entre os diferentes e o respeito a todas as pessoas é muito bem-vindo.
Porém, não vá se você não tem paciência de conviver com um ritmo diferente do seu, se não gosta de abraços e beijos e se não consegue conviver com o “estranho” e o “diferente”. Afinal, o café fica na Rua Augusta, um espaço que agrega todos os tipos de gente “estranha” =) .
O que eu achei da experiência? Quero voltar!!!
Para saber mais:
Alameda Tiete nº 43 loja 15 – SP
Obrigada pelo carinho!
Esperamos que volte em breve!!!!
Bjos
Nós é que agradecemos pela acolhida, Simone!
Vou voltar sim.
Beijos