Renata Glasner é cadeirante e adora viajar, como nós. Ela tem nos enviado textos sobre o Rio de Janeiro, já que mora lá. Mas agora fez uma longa viagem dirigindo até o Sul do País e se dispôs a compartilhar suas impressões conosco. O assunto de hoje é a acessibilidade na cidadezinha de Embu das Artes, em São Paulo, conhecida pela feira de artesanato!
Por Renata Glasner
Embu das Artes é uma pequena cidade a 30km da capital de São Paulo. É conhecida por sua feira de artesanato, que nos finais de semana reúne cerca de 800 expositores. Músicos, artistas e poetas se somam à paisagem.
É uma cidade fofa, em que pretendo voltar em um feriadão e quando a promessa de adaptação da pousada em que fiquei, Pousada Du Valle, for cumprida.
Acessibilidade
Como parei na cidade no caminho de uma viagem grande, não deu para pegar o final de semana, quando se percebe a razão do sentido do seu nome. Então, não conheci a feira de artesanato.
A cidade é bem-cuidada. É possível trafegar sozinho de cadeira de rodas por quase todo o centro histórico, mesmo as ruas sendo calçadas com pedra. Porém, se você se cansa rápido, ou tem limitações de força ou equilíbrio, é melhor ter alguém que te ajude.
Os restaurantes e pousadas ainda não estão muito preparados para receber o cadeirante, mas o acesso à praça principal é feito com rampas e, de quebra, ainda tem um banheiro no Centro de Informações Turísticas.
Infelizmente, ainda deparamos com o velho problema de confundirem banheiro pouco usado com banheiro sem utilidade, o que faz com que seja transformado em depósito. Acredito que só o deficiente nas ruas resolverá essa situação.
Não porque é lei, mas porque é o certo
Como é bom perceber que a acessibilidade está chegando nas pequenas cidades! Aos poucos, vai se formando uma nova geração, em que o estranho é escada onde deveria haver rampas, para que o espaço seja o mais democrático possível.
Tenho observado corações abertos para aprender e acertar. Não porque é lei, mas porque é o certo.
*Renata Glasner | Cadeirante que adora passear, Renata recebeu, há 8 anos, o diagnóstico de esclerose múltipla. Na época, já era casada, e a filha tinha apenas 4 meses. Enquanto uma aprendia a andar e a pular, a outra desaprendia… Mas, como nossa amiga não é chegada a dramas, foi ser feliz! Ela faz fisioterapia, surf adaptado e yoga. A doença está controlada e não a impede de sair, viajar e alcançar pequenas vitórias no cotidiano.
Renata prefere divulgar quem faz direito do que ficar com raiva de quem não faz. Percebe que essa postura ajuda a mudar os locais que frequenta, e é por isso que ela compartilha suas experiências aqui!
Para saber mais
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