A Igrejinha da Pampulha, como é mais conhecida, oferece a seu visitante uma belíssima vista da Lagoa, as inconfundíveis linhas curvas de Niemeyer e a poesia da obra de Portinari. Mas essa obra-prima é acessível a cadeirantes? Saiba neste post.
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A Igreja de São Francisco de Assis faz parte do Conjunto Moderno da Pampulha, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 2016.
As edificações foram projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com paisagismo original de Burle Marx (ele foi alterado), painéis de Cândido Portinari e esculturas de Alfredo Ceschiatti. Ficou fechada e proibida ao culto durante 14 anos, tendo sido alvo de polêmica por causa de sua arquitetura arrojada e pela ousadia da pintura de Portinari.
Hoje, é um dos locais mais procurados por turistas que visitam a capital mineira, e não é sem razão, afinal é indiscutível seu valor histórico, arquitetônico e paisagístico.
Acessibilidade
Estacionamento:
As vagas reservadas mais próximas ficam no quarteirão ao lado do Parque de Diversões Guanabara. Se você estiver vindo do Parque Ecológico, elas estarão do seu lado, na Av. Otacílio Negrão de Lima. Se estiver vindo do Mineirão, ou do Museu de Arte da Pampulha, ou da Av. Antônio Carlos, precisará fazer um retorno.
Há duas vagas para pessoas com deficiência (atenção: há outras para idosos), mas, pasmem: não há rebaixamento de calçada, e o meio-fio é muito alto. Ou seja: se o cadeirante é o motorista, terá de descer do carro e circular pela rua para alcançar a faixa de segurança mais adiante. Se ele é o passageiro, poderá ter dificuldade de abrir a porta do carro, por causa da altura do meio-fio. Em resumo, foi algo feito sem observação das normas.
Passada essa aventura, atrevesse a faixa de segurança e alcance a praça Dino Barbieri, em frente. Foi reformada recentemente, é muito bonita e tem rampas que levam à Igrejinha.
Saiba mais sobre a praça aqui. Ela terá de ser reformada novamente, por exigência da Unesco, para retomar o desenho original dos jardins de Burle Marx.
Igreja de São Francisco
É possível entrar pela lateral usando cadeira de rodas, mas não é o mais adequado. Há um pequeno degrau para a sala, onde funciona uma lojinha.
O local mostra que não está preparado para acolher o alto número de turistas que recebe, porque é pequeno, com circulação de ar deficiente e disposição inadequada dos móveis, o que torna as passagens estreitas e expõe os visitantes a pequenos incidentes.
Peça aos funcionários/voluntários que abram a porta da frente. Eles estão autorizados a fazer isso a fim de receber quem tem mobilidade reduzida, e o fizeram gentilmente. Porém, sem dúvida, é algo improvisado. Esperamos que essa situação seja revista.
Entrando pela frente, observe, à esquerda, os baixos-relevos em bronze esculpidos por Alfredo Ceschiatti.
Mais adiante, a Via-Sacra, composta por quatorze painéis de Cândido Portinari.
Há três degraus até o altar, e não há como transpô-los se não for com ajuda. Mas isso não impede que aprecie a belíssima pintura de Portinari, destacada pela luz natural que entra pela porta.
O famoso painel de azulejos
A fachada voltada para a Praça Dino Barbieri apresenta o painel em azulejos também de Portinari. Os jardins são assinados por Burle Marx.
Tudo isso é possível observar com a cadeira de rodas, sem nenhum problema. E, acredite, você vai agradecer à vida por ter tido a oportunidade de estar em contato com esse conjunto de obras-primas de tantos artistas diferentes. Não tem preço.
Sobre horário de visitação, as informações nos sites que consultei são contraditórias. Sugiro que ligue antes, sob pena de não poder entrar.
Fomos em um domingo, por volta do meio-dia. Almoce em um dos restaurantes da região. Indicamos alguns neste blog, nos posts sobre a Pampulha. Confira!
Av. Otacílio Negrão de Lima, 3.000
(31) 3427-1644
Arquidiocese de Belo Horizonte
Para saber mais:
Igreja de São Francisco no Museu Virtual Brasil
Igreja no site Clássicos da Arquitetura
Reportagem do G1 sobre a polêmica que envolveu a consagração da Igreja
Sobre a Praça Dino Barbieri | Para tombamento, PBH terá que mexer em praça recém-reformada | G1
Oi Laura, também tive o prazer de conhecer a Igrejinha da Pampulha e o desprazer de ver tanta falta de acessibilidade.
http://www.bhlegal.net/blog/acessibilidade-em-bh/
Oi, Gilberto! Eu vi sua reportagem à época, mas tinha me esquecido dela. Que bom que vc me relembrou!
Eu a reli agora, e vejo que a situação relatada por vc mudou pouco. Acho que melhorou somente o deslocamento desde as vagas reservadas perto do Parque Guanabara até a Igrejinha…
Espero que a acessibilidade melhore agora, por conta das exigências da Unesco, por causa da concessão do título de Patrimônio da Humanidade ao Conjunto Moderno.
Abraço e obrigada pela participação!