Você vai ao Rio de Janeiro, tem uma deficiência física ou mobilidade reduzida e quer utilizar o metrô? Vou te dar 8 dicas para fazer isso sem estresse!
Por Laura Martins
Atualizado em 9/10/2016
Eu não conheço tantas cidades assim, mas posso dizer que em nenhum lugar achei simples a experiência de pegar metrô estando em cadeira de rodas. Nem em Paris, nem em Nova York, nem em Londres – e nem no Rio.
Por isso, em minha opinião (e ela vale para os andantes também), sempre é necessário avaliar se vale mais a pena pegar ônibus, ir a pé ou mesmo ir de táxi ou über. Cada caso é um caso, e não acho que haja regras.
Se na cidade houver ônibus adaptado, e não for horário de pico, o metrô não me parece boa opção, porque em geral é complexo e longo o trajeto até o embarque. Além disso, há aquele bendito vão entre a plataforma e o trem, maior ou menor dependendo do local, o que pode tornar o embarque/desembarque uma aventura. E mais: nem sempre nos metrôs há locais adequados para o posicionamento da cadeira de rodas, o que, convenhamos, pode ser um fator que represente risco de acidente. Ou seja: cada qual vai precisar avaliar qual é a melhor opção para si.
Dito isso, vamos às 8 dicas para usar o metrô na Cidade Maravilhosa?
- Que tal dar uma examinada no site do metrô antes de escolher o hotel? Assim, você descobrirá os itens de acessibilidade em cada estação, onde elas se localizam e poderá optar por um hotel que fique próximo a uma delas. Nesta última viagem, ficamos a duas quadras de uma. Clique aqui para descobrir quais são os recursos de acessibilidade no metrô do Rio.
- No site do metrô, há uma linha na parte superior indicando as abas de informação. Passe o cursor do mouse sobre Estações e clique na estação desejada para se informar sobre os equipamentos de acessibilidade que ela oferece.
- Parece óbvio, mas pode não ser para muita gente: não é apenas a estação de embarque que precisa oferecer a acessibilidade que vc precisa; a de desembarque também! Mesmo que depois você precise percorrer alguma distância “a pé”, escolha desembarcar em uma estação totalmente acessível. A notícia que tenho é que, atualmente, todas são acessíveis (acho essa informação controvertida, porque, para ser acessível, precisaria oferecer segurança e autonomia). Considere, por exemplo, que a Estação Maracanã tem uma rampa excessivamente íngreme para alcançar o estádio. Então, considere se isso não oferecerá risco para você.
- O metrô do Rio tem um diferencial: dispõe de seguranças atentos e à disposição. Porém, não é sempre que os botões para chamá-los funcionam (antes que alguém fale mal, saiba que não acontece só no Brasil). Se acontecer com vc, e estiver desacompanhado, peça a alguém para procurá-los (eles ficam em uma sala logo na entrada). Os cariocas costumam ser gentis.
- Não tenha vergonha de pedir informações ao segurança. Há situações que não ficam explicitadas no site e que podem se alterar de um momento para outro.
- Sobre o uso das plataformas elevatórias. Em algumas estações acessíveis, não encontramos elevadores, mas uma plataforma elevatória que acompanha a escada. Eu a considero muito insegura, mas ela é usada também em outros países. Para utilizá-la pela primeira vez, é preferível chamar o segurança do metrô. Não tente acioná-la sozinho, porque há alguns passos que devem ser seguidos para que a operação toda dê certo.
- Metrô na Superfície é a continuação/extensão do trem subterrâneo; o trajeto é feito por ônibus. Surpresa: descemos na estação General Osório para pegar o ônibus rumo ao Jardim Botânico, mas não tinha ônibus acessível disponível. Perguntei por quê, e me responderam que a plataforma elevatória estava quebrada. Alinhavei outras perguntas em seguida, no estilo Mafalda (a personagem do Quino): Quantos ônibus adaptados há na linha? (Resposta: 2) Esta linha tem quantos ônibus no total? (Resposta: 20) Pasmem: somente 10% da linha está adaptada. Ninguém merece. Mas eles mesmos se ofereceram para me carregar no embarque e no desembarque, diante da minha cara de “desespero”. Eu aceitei, porque sou maluca mesmo. Não aconselho que faça o mesmo, já que os degraus do ônibus são muito altos. Eu sou peso-pena, e minha cadeira não pesa quase nada; fica relativamente simples ser carregada, mas não sem riscos…
É isso. Creio que essas dicas deixarão seus deslocamentos no Rio muito mais tranquilos. Até a próxima!
Para saber mais:
Outros posts sobre o Rio no blog Cadeira Voadora
Muito bom seu blog!!!! E muito útil!!!! tal vez você não saiba, mas ajudou a uma mãe e seu filho argentino a ter umas férias maravilhosas no Rio. Parabêns!!!!
Olá, Cristina! Fiquei muito feliz por saber que o blog ajudou vocês a ter excelentes férias. Obrigada pelas notícias!
Abraço!