Se você for a Salvador ou a algum dos resorts da região, não deixe de visitar a Vila da Praia do Forte. O centrinho é muito bonito e reserva alguma condição de passeio para cadeirantes
Atualizado em 09/07/2020
Eu já conhecia a Vila da Praia do Forte, mas havia ido lá há tantos anos que resolvi repetir a dose. Aconteceu em setembro de 2016, em minhas últimas férias, em que fiquei hospedada no resort Iberostar Bahia, cuja experiência está registrada neste post, e visitei a Rota Acessível do Pelourinho, no centro histórico de Salvador, que está aqui.
A Vila é o coração da Praia do Forte, tem um charme sem igual e é repleta de bons restaurantes, cafeterias, bares e lindas lojas. Lá também está a sede do Projeto Tamar e uma encantadora igrejinha que aparece em 100% das fotos dos turistas que passeiam pelo local.
Como as ruas são fechadas ao tráfego de automóveis, é possível passear tranquilamente, encontrando gente na mesma vibe, andando devagar e parando aqui e ali para uma cerveja, um sorvete ou para comprar um souvenir.
Como chegamos lá
Ida, Solange e eu ficamos hospedadas no Iberostar, como você já leu aqui. De lá até a Vila, são apenas 4km.
Ingenuamente, para chegar à Vila, contratamos um passeio de van no mesmo receptivo que alguns dias mais tarde faria nosso passeio a Salvador. Foi um erro, pois, a não ser que sejam acessíveis (com cadeira elevatória), vans são altas demais para cadeirantes, o que praticamente impede a transferência.
E não havíamos sido avisadas que o carro pararia no outro hotel da rede, que fica ao lado. Resultado: carro lotado, desconforto total, aperto, todo mundo nervoso, incluindo nós, porque estávamos com uma cadeira de rodas e duas scooters, e não estavam cabendo os carrinhos de bebê. Não queira passar pela experiência, por isso contrate automóvel com motorista particular (no receptivo ou no ponto de táxi que fica na porta do hotel) ou van acessível, que atualmente já está disponível.
Já havíamos decidido que não voltaríamos na van, quando a empresa nos avisou que ofereceria retorno de táxi, que ela mesma custeou. Bola dentro.
O que há para ver
A antiga vila de pescadores conserva seu jeitão tranquilo e sua biodiversidade, mesmo com tantas pousadas, restaurantes e lojas. Parece que ela soube se preservar daquela modernidade que cansa os olhos e a mente: não há letreiros luminosos, vendedores ambulantes, nem poluição visual e trânsito. Carros não circulam no centrinho, somente no entorno.
O Projeto Tamar é uma das grandes atrações, mas não é acessível para cadeirantes, embora haja algumas facilidades. Porém, se você estiver tocando a própria cadeira, creio que não vale a pena, porque há areia pra todo lado dificultando a circulação e alguns desafios pela frente.
Também há praias muito agradáveis, mas sem acessibilidade. Ficamos sabendo que há um projeto periódico de praia sem barreiras, mas não conseguimos informações sobre como entrar em contato com os responsáveis.
Na área de estacionamento, está o centro de artesanato, inaugurado em dezembro de 2015. Trata-se de um prédio simples, com 54 boxes que são bastante pequenos. O artesanato disponível no local, de modo geral, é composto por peças mais simples. Se desejar itens mais trabalhados e peças menos comuns, deixe para comprar na Vila.
Mas o melhor da Vila, em minha opinião, é andar a pé pelas ruas, parando aqui e ali. Vamos?
Acessibilidade
É possível circular pelas ruas da Vila sem problemas, porque são fechadas ao trânsito de automóveis; e sem muita trepidação, por causa do tipo de calçamento, que não é paralelepípedo. Mas isso é muito relativo: depende do tipo de equipamento que você usa, e até do tipo de pneu. Eu toquei a cadeira sozinha; quando fiquei cansada, porque há muita coisa para ver, as meninas me rebocaram com a scooter delas.
Se não quiser andar pela rua, é possível usar os passeios, mas às vezes eles são estreitos e nem sempre acessíveis.
Grande parte das lojas tem entrada plana, mas são pequenas e não têm banheiro adaptado. Não fomos a nenhum restaurante, então fico devendo informação sobre a acessibilidade deles.
Já no entorno da Vila, as ruas têm paralelepípedo. Acredito que a maioria dos cadeirantes precisará de ajuda para transpor os poucos quarteirões que devem ser percorridos da área de estacionamento até a Vila.
Centro de artesanato e Projeto Tamar
O centro de artesanato tem entrada com rampinha e banheiro adaptado. O uso é pago, mas era baratinho.
Quanto ao Projeto Tamar, não chegamos a visitar, pois todas as pessoas a quem perguntamos sobre acessibilidade nos desestimularam.
Eu já havia visitado a sede na outra vez em que estive na Vila, mas não foi simples. Havia areia por todo lado, alguns desníveis consideráveis e degraus para acesso à lojinha. Em dois blogs que consultei, feitos por cadeirantes, há informação de que o local é acessível (embora esses blogs não tenham informado detalhes). Em compensação, alguns cadeirantes que conheço me disseram que permanecem os mesmos problemas da época em que visitei e que o local está longe de poder ser considerado acessível…
Sendo assim, caso queira visitar o local, sugiro que telefone para lá e faça perguntas bem específicas, de acordo com suas necessidades, para que não corra riscos durante o passeio.
Vale a pena visitar a Vila?
Minha opinião é de que sim, coloque a Praia do Forte na sua lista de lugares bacanas a serem visitados no Brasil. Mesmo que haja dificuldades para quem se locomove com cadeira de rodas, o lugar é encantador.
Reserve no mínimo uma tarde para passear por lá, mas considere até mesmo o dia todo, caso queira ir com calma, fazer compras e comer alguma coisa num dos restaurantes.
E se você tem dicas a respeito do local, colabore conosco! Deixe aí nos comentários!
Para saber mais:
Acessibilidade na Praia do Forte | Blog O Viajante Especial
Guia de Praias, Praia do Forte | Site Viaje na Viagem
Praia do Forte | Atrativos turísticos