Algumas pessoas desconsideram totalmente a ideia de ir a São Paulo a passeio. Associam a cidade a trabalho, barulho, poluição. Mas fique certo disto: São Paulo tem muitas caras, e vc pode conhecer a melhor delas.
Duvida disso? Tenho vários posts sobre a cidade, com muitas dicas sensacionais, que informo abaixo, no Para saber mais. Agora, compartilho com vc mais uma: o Museu do Futebol.
Ah, vc não gosta de museu, nem de futebol? Mesmo assim, me permita lhe pedir para prosseguir a leitura. Quem sabe vc muda de ideia?
Eu não curto futebol, e mesmo assim AMEI o local, porque é interativo, mostra o esporte como manifestação cultural, é divertido e até mesmo encantador! E, desde já, descarte a ideia de que museu é depósito de coisa velha (acredite: tem gente que ainda pensa assim).
Então, vamos às 7 razões?
O Museu [do Futebol] permite ao visitante entender como o futebol, um esporte inglês, de elite e branco, aos poucos ganhou novos traços e se tornou brasileiro, popular e mestiço, como a própria cultura brasileira. (Leia o restante do texto aqui.)
- O Museu do Futebol é um passeio cultural e educativo, para adultos e crianças. É uma forma divertida de conhecer a história do século XX, pois, de forma criativa, mostra como nossos costumes e comportamentos estão entrelaçados à trajetória do futebol. Por exemplo, numa das salas, oito totens contam a história das copas do mundo. Em cada um deles (que têm o formato de taça), ficamos conhecendo o contexto político, social, econômico e cultural de cada uma delas.
- Razão e sensibilidade. Os visitantes podem caminhar por um percurso composto por 16 etapas; cada sala mistura elementos históricos e emotivos do futebol. Clique aqui para conhecer as salas. Por exemplo, em uma delas, diversos telões sincronizados fazem com que você se sinta no meio de uma torcida em pleno dia de clássico. É comovente! “São mais de 30 cantos e gritos de incentivo que se completam com imagens de cenas emocionantes das mais famosas torcidas de clubes de futebol do país.” Não dá pra explicar a sensação; só mesmo estando lá para experienciar.
- Em nenhum momento o visitante se sente entediado, porque a mostra mescla elementos de diversas linguagens: vídeos, áudios, jogos virtuais, belos textos, fotografias e muito mais.
- O Museu está localizado num belo estádio de futebol, o Pacaembu, em frente à Praça Charles Miller. O projeto arquitetônico revela as estruturas do estádio: “cada sala deixa aparente a estrutura de concreto do teto – que na verdade são as arquibancadas do estádio –, e mostra seu conteúdo por entre o ziguezague das escadarias”. Acredite, é muito bonito.
- Você vai encontrar uma sequência de experiências lúdicas e encantadoras; cada sala proporciona uma “viagem”. Uma experiência muito interessante são os dois campos de futebol virtuais. O gramado é projetado no piso, assim como a bola. Cadeirantes podem jogar, com todas as chances de sucesso. Enquanto vários adultos e crianças não conseguiam fazer um gol, Ida e eu, ambas em cadeiras de rodas, acertávamos todos os “chutes” no gol. Ficou até sem graça! Mas isso aconteceu porque descobrimos o “segredo” da coisa. Não, não vou contar aqui. Se deseja mesmo saber como fazer, entre em contato por e-mail ou inbox, no Facebook. 😉
- Para os amantes do futebol, o Museu é o verdadeiro paraíso: por exemplo, numa das salas, 10 cabines contendo telas projetam 26 depoimentos. Destes, 9 narram gols marcados em copas do mundo, com a correspondente imagem. “O visitante pode escolher a qual dos vídeos assistir a partir de uma tela de navegação que oferece como opções a escolha por narrador e por jogada. Cada narrador conta qual foi o gol que mais marcou a sua vida.”
- Acessibilidade nota 10. Não vimos problemas de acessibilidade: o estacionamento, que é pago, tem diversas vagas reservadas em frente à entrada, que é plana. O acesso à bilheteria é fácil, e pessoas com deficiência + 1 acompanhante não pagam ingresso. Os funcionários se mostraram bem preparados para recepcionar e lidar com pessoas com deficiência. Há informações em braile, piso tátil, elevadores e banheiros adaptados, e todas as informações estão dispostas em uma altura apropriada para que o cadeirante tenha acesso a elas. Bola dentro em todos os aspectos. Obs.: para utilizar os elevadores, é necessário acionar um funcionário, porque eles ficam travados.
Reserve pelo menos duas horas para percorrer o acervo sem pressa. E considere retornar um dia, porque a primeira experiência é de encantamento. Talvez seja necessária uma segunda, para assimilar melhor o que o espaço oferece. Você pode fotografar sem usar flash.
Dica: São Paulo fica mais vazia durante fins de semana e feriados, que são bons momentos para visitá-la, porque o trânsito fica melhor, os locais não estão tão cheios e cai o preço da hospedagem e das passagens aéreas.
Ida, Carlos, Lene, o pequeno João e eu estivemos no Museu do Futebol no dia 2 de janeiro. Gostamos muito da experiência! Gravei uma entrevista com o João, que também é cadeirante, e dos altos de seus 8 anos de idade explica para nós por qual razão gostou do local.
https://youtu.be/S4TNWG5Wi8w
Para saber mais
Sobre o Museu do Futebol:
Vídeo do Programa Especial | Acessibilidade no Museu do Futebol
Museu do Futebol no Viaje Aqui
Sobre São Paulo para cadeirantes:
São Paulo no blog Cadeira Voadora