7 razões para visitar o Museu do Futebol (SP)

Sala Anjos Barrocos, no Museu do Futebol. (Todas as fotos pertencem ao acervo da Cadeira Voadora, exceto quando indicado.)

A sala Anjos Barrocos apresenta projeções de jogadores que fizeram história no futebol brasileiro, em 11 telas suspensas. As imagens são projetadas em tamanho natural. “Esse tratamento [edição de cores e imagens] visou criar um ambiente em que o jogador é ‘santificado’, tal como as representações de anjos no movimento artístico conhecido como Barroco, marcado, entre outras coisas, pelo rebuscamento das formas. A beleza e sinuosidade dos movimentos de cada jogador em ação remetem a isso”. (Todas as fotos pertencem ao acervo da Cadeira Voadora, exceto quando indicado.)

 

Algumas pessoas desconsideram totalmente a ideia de ir a São Paulo a passeio. Associam a cidade a trabalho, barulho, poluição. Mas fique certo disto: São Paulo tem muitas caras, e vc pode conhecer a melhor delas.

Duvida disso? Tenho vários posts sobre a cidade, com muitas dicas sensacionais, que informo abaixo, no Para saber mais. Agora, compartilho com vc mais uma: o Museu do Futebol.

Ah, vc não gosta de museu, nem de futebol? Mesmo assim, me permita lhe pedir para prosseguir a leitura. Quem sabe vc muda de ideia?

Eu não curto futebol, e mesmo assim AMEI o local, porque é interativo, mostra o esporte como manifestação cultural, é divertido e até mesmo encantador! E, desde já, descarte a ideia de que museu é depósito de coisa velha (acredite: tem gente que ainda pensa assim).

Então, vamos às 7 razões?

 

O Museu [do Futebol] permite ao visitante entender como o futebol, um esporte inglês, de elite e branco, aos poucos ganhou novos traços e se tornou brasileiro, popular e mestiço, como a própria cultura brasileira. (Leia o restante do texto aqui.)

 

 

  1. O Museu do Futebol é um passeio cultural e educativo, para adultos e crianças. É uma forma divertida de conhecer a história do século XX, pois, de forma criativa, mostra como nossos costumes e comportamentos estão entrelaçados à trajetória do futebol. Por exemplo, numa das salas, oito totens contam a história das copas do mundo. Em cada um deles (que têm o formato de taça), ficamos conhecendo o contexto político, social, econômico e cultural de cada uma delas.

 

Cada totem mostra o contexto de uma das copas do mundo.

Cada totem mostra o contexto de uma das copas do mundo.

 

  1. Razão e sensibilidade. Os visitantes podem caminhar por um percurso composto por 16 etapas; cada sala mistura elementos históricos e emotivos do futebol. Clique aqui para conhecer as salas. Por exemplo, em uma delas, diversos telões sincronizados fazem com que você se sinta no meio de uma torcida em pleno dia de clássico. É comovente!  “São mais de 30 cantos e gritos de incentivo que se completam com imagens de cenas emocionantes das mais famosas torcidas de clubes de futebol do país.” Não dá pra explicar a sensação; só mesmo estando lá para experienciar.

 

  1. Em nenhum momento o visitante se sente entediado, porque a mostra mescla elementos de diversas linguagens: vídeos, áudios, jogos virtuais, belos textos, fotografias e muito mais.

 

Nesta sala, frases interessantes sobre essa grande paixão dos brasileiros.

Nesta sala, frases interessantes sobre essa grande paixão dos brasileiros.

 

  1. O Museu está localizado num belo estádio de futebol, o Pacaembu, em frente à Praça Charles Miller. O projeto arquitetônico revela as estruturas do estádio: “cada sala deixa aparente a estrutura de concreto do teto – que na verdade são as arquibancadas do estádio –, e mostra seu conteúdo por entre o ziguezague das escadarias”. Acredite, é muito bonito.

 

Frente do estádio do Pacaembu, em fotografia retirada do site do Museu.

Frente do estádio do Pacaembu, em fotografia retirada do site do Museu.

 

  1. Você vai encontrar uma sequência de experiências lúdicas e encantadoras; cada sala proporciona uma “viagem”. Uma experiência muito interessante são os dois campos de futebol virtuais. O gramado é projetado no piso, assim como a bola. Cadeirantes podem jogar, com todas as chances de sucesso. Enquanto vários adultos e crianças não conseguiam fazer um gol, Ida e eu, ambas em cadeiras de rodas, acertávamos todos os “chutes” no gol. Ficou até sem graça! Mas isso aconteceu porque descobrimos o “segredo” da coisa. Não, não vou contar aqui. Se deseja mesmo saber como fazer, entre em contato por e-mail ou inbox, no Facebook. 😉

 

Em uma das salas, há uma varanda, localizada em plena arquibancada, de onde se vê todo o estádio. Bacana!

Em uma das salas, há uma varanda, localizada em plena arquibancada, de onde se vê todo o estádio. Bacana!

 

 

  1. Para os amantes do futebol, o Museu é o verdadeiro paraíso: por exemplo, numa das salas, 10 cabines contendo telas projetam 26 depoimentos. Destes, 9 narram gols marcados em copas do mundo, com a correspondente imagem. “O visitante pode escolher a qual dos vídeos assistir a partir de uma tela de navegação que oferece como opções a escolha por narrador e por jogada. Cada narrador conta qual foi o gol que mais marcou a sua vida.”

 

  1. Acessibilidade nota 10. Não vimos problemas de acessibilidade: o estacionamento, que é pago, tem diversas vagas reservadas em frente à entrada, que é plana. O acesso à bilheteria é fácil, e pessoas com deficiência + 1 acompanhante não pagam ingresso. Os funcionários se mostraram bem preparados para recepcionar e lidar com pessoas com deficiência. Há informações em braile, piso tátil, elevadores e banheiros adaptados, e todas as informações estão dispostas em uma altura apropriada para que o cadeirante tenha acesso a elas. Bola dentro em todos os aspectos. Obs.: para utilizar os elevadores, é necessário acionar um funcionário, porque eles ficam travados.

 

Um funcionário do Museu nos recebe logo na entrada, mostrando os recursos de acessibilidade do Museu. Ele colocou no piso uma maquete tátil, na qual a pessoa cega pode conhecer o local.

Um funcionário do Museu (no centro, entre o João e a Ida) nos recebe logo na entrada, mostrando os recursos de acessibilidade do local. Ele colocou no piso, para vermos melhor, uma maquete tátil, na qual a pessoa cega pode conhecer previamente o local.

 

 

Reserve pelo menos duas horas para percorrer o acervo sem pressa. E considere retornar um dia, porque a primeira experiência é de encantamento. Talvez seja necessária uma segunda, para assimilar melhor o que o espaço oferece. Você pode fotografar sem usar flash.

Dica: São Paulo fica mais vazia durante fins de semana e feriados, que são bons momentos para visitá-la, porque o trânsito fica melhor, os locais não estão tão cheios e cai o preço da hospedagem e das passagens aéreas.

 

Ida, Carlos, Lene, o pequeno João e eu estivemos no Museu do Futebol no dia 2 de janeiro. Gostamos muito da experiência! Gravei uma entrevista com o João, que também é cadeirante, e dos altos de seus 8 anos de idade explica para nós por qual razão gostou do local.

 

https://youtu.be/S4TNWG5Wi8w

 

Para saber mais

 

Sobre o Museu do Futebol:

Site oficial

Vídeo do Programa Especial | Acessibilidade no Museu do Futebol

Museu do Futebol no Viaje Aqui

 

Sobre São Paulo para cadeirantes:

São Paulo no blog Cadeira Voadora

 

Informações em altura adequada para cadeirantes. Marquei com um balão amarelo as inscrições em braile.

Informações em altura adequada para cadeirantes. Marquei com um balão amarelo o local das inscrições em braile.

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

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