Cadeirantes de passagem por Campinas podem recolher algumas dicas de passeio neste post: desde uma caminhada no Bosque dos Jequitibás até um pit stop para lanche. Bora lá?
Passei o Réveillon 2015 em Campinas, com amigos, e aproveitei para conhecer essa próspera cidade paulista, que fica muito perto da capital do estado. Por ser tão próxima, resolvemos passar um fim de semana em São Paulo, e parte do programa eu já contei para vc no post sobre o Museu do Futebol. Lembra?
Ficamos hospedados na casa da Ida, que nos recebeu com um carinho imenso e foi uma competente guia para conhecermos a cidade. Mas não foi possível checar tantos pontos turísticos, em parte porque a chuva não permitiu, em parte porque nossas conversas se estendiam por muito tempo, coisa boa quando a gente está entre amigos, não é mesmo? Por isso, pretendo ainda este ano voltar a Campinas e fazer outros programas.
Mesmo assim, já dá pra compartilhar algumas coisas com vc: um passeio pelo delicioso Bosque dos Jequitibás, um pit stop em dois locais para comer, e rolê em dois shoppings para aproveitar o tempo e trazer umas coisinhas bacanas. Ah! Os shoppings em Campinas têm uma facilidade para cadeirantes que eu te conto já, já! Também te dou algumas informações sobre o aeroporto de Viracopos.
Bosque dos Jequitibás
O Bosque dos Jequitibás é uma área verde não muito extensa, na região central da cidade, que comemorou 100 anos em 2015. Nesse ano, recebeu obras de revitalização, que incluíram intervenções com vistas à acessibilidade.
É um passeio para quem gosta do verde e de tranquilidade. Agrada às crianças, por causa dos animais e do espaço para correr e brincar. Rende uma boa caminhada, e, apesar de o trajeto ter declividade, é possível ir de cadeira de rodas manual, desde que vc tenha um ajudante com braços fortes. Não aconselho que vá tocando a cadeira, porque alguns trechos são bem íngremes.
Éramos três cadeirantes: Ida optou pela scooter, eu estava de cadeira manual, sendo ajudada pelo Carlos, e o João também usava cadeira manual e era ajudado pela Lene.
As árvores são imponentes e rendem uma sombra deliciosa. Há um minizoo, com animais que despertam a curiosidade da criançada. Alguns bichos passeiam livres, como as cotias, alguns macacos, uma preguiça e várias espécies de pássaro.
Dentro do parque encontramos o Museu de História Natural, que estava fechado no dia do nosso passeio, por causa do feriado de Ano-Novo.
Acessibilidade:
Vagas reservadas na entrada
Rampas de acesso aos equipamentos
Banheiro químico acessível (estava limpo quando estivemos lá). Não sabemos se há outros banheiros, porque tudo estava fechado no dia.
Dificuldades:
Forte declividade
Duração média do passeio: reserve uma hora para passear pelo Bosque, e pelo menos mais uma hora se quiser conhecer o Museu.
Para comer
De modo geral fizemos nossas refeições em casa ou nas praças de alimentação dos shoppings. Mas posso indicar dois lugares: o simpático Papai Salim e a sempre aberta Nico Paneteria.
Tradicional comida árabe, da melhor qualidade, com preço justo. Bem próxima, numa rua lateral, há vaga reservada para cadeirantes, sem rebaixamento de calçada (tem lógica?). O passeio é um pouco inclinado e não está em bosa condições, mas isso não chega a impedir a circulação da cadeira de rodas. Entrada sem obstáculos. Tem dois pisos, e o de entrada pode ser acessado sem problemas. Não tem banheiro acessível. Vale pela boa comida e pelo bom atendimento. Oferece empório de produtos árabes.
Tem estacionamento com vaga reservada e entrada plana, banheiro acessível e plataforma elevatória para o segundo piso. Salgados, pães, pizzas e, à noite, buffet de sopas. Funciona 24 horas, tem um ambiente movimentado e muito alegre. Por causa do buffet no almoço e no jantar, pode ser a salvação quando vc não encontra facilmente locais com acessibilidade que ofereçam comida sem carne ou sem leite (não como carne vermelha e tenho alergia a leite…).
Shoppings
#DicaCadeiraVoadora Nos shoppings de Campinas, a pessoa com deficiência não paga estacionamento, desde que preencha um cadastro na administração. Ele tem de ser preenchido a cada vez que vc for ao local, o que é trabalhoso, mas vale a pena. Eles têm scooter à disposição, sem custo. Bom demais, não? Não estamos acostumados a esse bom tratamento em Belo Horizonte.
Fomos ao Shopping Iguatemi Campinas e ao Galleria Shopping, ambos com excelentes praças de alimentação e banheiros adequados para cadeirantes. No Iguatemi, meus olhos brilharam ao encontrar uma loja da Lindt, onde comprei os maravilhosos chocolates 70% cacau. Hummmmmmm! E encontramos uma loja de bijuterias mega estilosa, chamada Josefina Rosacor: o teto é coberto com sapatilhas de bailarina, e tudo, como o nome já diz, é cor-de-rosa. As prateleiras são feitas com malas em estilo vintage, e os suportes para bijus parecem pratos de bolo de três andares. Um encanto.
Passamos na loja da Nespresso para degustar um café e comprar… chocolates. Bem criativo, né?
O Galleria é um shopping a céu aberto, charmoso, com belos e agradáveis jardins e até laguinho com carpas. Muito, muito gostoso. Recomendo fortemente para andar sem rumo, tomar um delicioso café na cafeteria Malabarista ou no Havanna, passear pela Livraria da Vila, comprar sapatos vintage na ZPZ (só olhamos…).
Aeroporto
Não foi a primeira vez que aterrissei no Aeroporto de Campinas, conhecido como Viracopos. Já tinha pousado lá numa conexão para Araçatuba, há alguns anos. Considero que tem um dos melhores atendimentos para pessoa com deficiência do Brasil.
Viajei pela Azul, que prestou um atendimento sem defeitos, organizado e tranquilo. No meu retorno, logo após o check-in já me conduziram a uma sala de espera da companhia e, no momento em que o portão de embarque foi definido, fui conduzida sem nenhum estresse ao espaço para pessoas com alguma necessidade especial (pessoas com deficiência, idosos, crianças), no outro piso. Tudo muito organizado, muito parecido com o atendimento da companhia aérea cor de laranja. #SóQueNão
Sem finger (o corredor que faz a ligação entre a sala de embarque e a aeronave), o embarque/desembarque foi realizado usando-se um lift. Não, não é o ambulift, um automóvel que é ao mesmo tempo elevador. É de fato uma plataforma elevatória encaixada na porta da aeronave. O equipamento é coberto e seguro; em minha opinião, bem mais seguro que o ambulift.
Por hoje é só, pessoal. Passeamos muito mais, porém não tenho fotos nem detalhes para compartilhar. Da próxima vez, ficarei mais ligada. 😉
Para saber mais
Clique aqui para ver o Bosque dos Jequitibás no programa Terra da Gente. O vídeo tem 8 minutos.