Apesar de algumas dificuldades, gostei bastante do hotel onde nos hospedamos em Santiago, e é por isso que faço questão de compartilhar essa dica com vocês! Vamos conferir?
O quarto em que fiquei é bastante espaçoso e confortável (Todas as fotos pertencem ao meu acervo, exceto quando indicado)
Seria ótimo se fosse fácil encontrar, na internet, hotéis com acessibilidade, mas não, não é fácil, mesmo que a maioria tenha site ou que estejam presentes em portais como Booking. E a dificuldade está em não se poder confiar integralmente nas informações que são compartilhadas.
O melhor, então, é sempre confirmar as informações. Telefone para o hotel e até peça fotos, se você se sentir inseguro. Ou então recorra aos bons blogs de viajantes cadeirantes, especialmente àqueles que são detalhados e trazem fotos! Mais uma vez, não confie apenas no que é falado, pois as impressões variam de pessoa para pessoa…
A saga do hotel
Antes de viajarmos para Santiago, vasculhei a internet em busca de hotéis acessíveis. Fiz a busca em português, inglês e espanhol, e as poucas informações que obtive eram superficiais. Não dava para confiar. Por isso, precisei enviar e-mails e até telefonar.
Por tudo isso, faço questão de deixar esta indicação de hotel para você. Vou detalhar minha avaliação, com prós e contras (estes existem, embora sejam poucos), para que tenha condição de decidir por si mesmo se o hotel te atende, combinado?
Vamos?
♥ Você já leu os outros posts da série #CadeiraVoadoraNoChile? É só clicar nos links que estão abaixo, no Para Saber mais!
Localização
O Hotel Crowne Plaza Santiago tem uma localização muito boa:
Fica na região central, mas o local não é agitado demais, nem inseguro.
Tem duas importantes estações de metrô próximas, que são acessíveis.
Está localizado em uma importante avenida, com muitos pontos de ônibus cobertos, com espaço para cadeira de rodas.
Fica perto de muitas atrações turísticas.
Dá pra ir a pé até a Rua José Victorino Lastarria, que tem bares e restaurantes muito apreciados e uma vibe deliciosa.
Praticamente ao lado tem locais onde se pode comprar água mineral. A água da torneira é potável, mas não muito indicada, por causa do excesso de minerais, e pode causar diarreia em quem não está acostumado. Além disso, o gosto não é bom.
Características gerais
Trata-se de um hotel mais sofisticado, com uma decoração imponente e de bom gosto.
Os funcionários prestam um serviço acima da média; são gentilíssimos. Muitas vezes me viam à distância e se antecipavam para perguntar se eu precisava de algo, sempre facilitando minha vida. Muitos deles entendem e até falam português.
O isolamento acústico da janela funciona; o barulho do trânsito não nos incomodou, embora estivéssemos no quarto andar.
Tudo é muito limpo e bem-cuidado, e os ambientes são amplos e confortáveis, desde o quarto e o banheiro até o lobby e o restaurante.
O café da manhã é excelente. Muitas frutas (inclusive algumas que não conhecíamos, como a tuna), frios, pães salgados e doces, brancos ou integrais, além de itens quentes, como sopas, ovos mexidos, legumes, cogumelos, bacon e muito mais. Também tem cereais, granola, nozes, amêndoas, frutas em calda. Sucos, água, chá e café (delicioso).
O café da manhã agrada a gregos e troianos. Fiquei encantada com a variedade e a qualidade das frutas.
Acessibilidade no Crowne Plaza
Nas áreas comuns
Lobby
O hotel não fica à margem da avenida, mas recuado. Isso é ótimo, porque o carro pode entrar e deixar o hóspede na porta.
O carro para rente ao meio-fio, e há um rebaixamento, que é curto e íngreme, mas não chega a oferecer risco.
A entrada do hotel é plana, o balcão da recepção é muito alto, e há três elevadores grandes.
Restaurante
O restaurante fica no segundo piso, onde há um bom banheiro adaptado.
Do elevador até a entrada da área de refeições, o piso é revestido com tapete. Ou seja, haja força para tocar a cadeira de rodas!
Há bastante espaço de circulação entre uma mesa e outra, e o balcão de frios e de frutas é baixo, mas nem todos os itens ficam ao alcance do cadeirante.
Já o balcão de pratos quentes e pães é alto, então você precisará de ajuda. Porém, há pessoas disponíveis para auxiliar.
Quanto a café e leite, foram trazidos à mesa pelos garçons.
Corredor
Achei bacana o fato de haver um telefone no corredor. Dessa forma, se você precisar de algo, basta acionar a portaria. Por exemplo, se seu cartão (chave) desmagnetizar, é só pedir socorro por telefone. Aconteceu comigo mais de uma vez…
O piso do corredor e do quarto são cobertos com tapete.
Quarto e banheiro
Para começar, a porta do quarto é pesada. Sendo assim, se você tiver pouca mobilidade de tronco, ou se os braços não forem fortes, certamente vai precisar de ajuda.
Quarto
Fiquei em um quarto amplo e confortável, no 4° andar.
Quanto aos pontos positivos, havia guarda-roupa com porta de correr e cabides baixos, além de ferro e tábua de passar.
O frigobar estava no piso, dentro de um armário com porta comum. No mesmo armário havia cofre e máquina de café em altura adequada.
A cama era king-size, imensa, confortável, mas alta para a transferência. Os lençóis e travesseiros certamente foram comprados no paraíso.
Para minha felicidade, a climatização estava adequada, tanto a quente quanto a fria.
Além de tudo isso, havia espelho de corpo inteiro no armário e outro bem grande na parede, local para colocar a mala, firme e em altura adequada, TODOS os abajures tinham interruptor ao alcance do cadeirante. Não foi preciso me abaixar, nem fazer alongamentos para acioná-los.
Na mesa de trabalho, havia tomadas frontais para note-book. A cortina era fácil de manejar.
A janela do quarto tomava uma parede inteira e não se abria.
Mesa com tomadas frontais. Dois telefones (o outro está na mesinha de cabeceira)
Na colagem que fiz, você vê à esquerda o guarda-roupa; à direita, o frigobar e o cofre.
Banheiro
No banheiro, havia alguns desafios.
Porém, era amplo, com piso antiderrapante e cortina na área do banho. Então, o banheiro não ficava alagado.
Havia uma excelente cadeira de banho, torneira monocomando com ducha. Para melhorar, a água era rapidamente aquecida.
Quanto aos itens que podem receber uma melhora, temos a pia, que permitia aproximação frontal, mas mesmo assim meus joelhos bateram no encanamento. O restante da bancada não era rebaixado, o que não chegou a prejudicar, pois consegui escovar dentes e lavar o rosto sem dificuldades.
O outro problema – e bem grave – são as barras de apoio ao lado do vaso sanitário. Como não eram retráteis, só era possível a aproximação frontal, e não a lateral. Para mim, que tenho braços fortes e bom equilíbrio, a transferência foi bem difícil. Infelizmente, acredito que fique inviável para quem não tem essas características.
A área de banho me pareceu excelente. O escoamento da água é perfeito.
As barras ao lado do vaso sanitário são um dificultador, porque NÃO são retráteis.
Vale a pena?
Apesar desses desafios no banheiro, minha avaliação do hotel é ótima. Com certeza ficaria nele novamente.
Acredito que, com as fotos e o detalhamento, seja possível você avaliar se atende às suas necessidades.
Então, finalizo por aqui, te convidando a ler os outros posts sobre nossa deliciosa viagem ao Chile!
Nota: quando indico blogs ou sites, isso não significa que eu concorde com todas as percepções dos autores, principalmente dos que oferecem informações sobre acessibilidade.
Mesmo assim indico os que oferecem informações detalhadas e importantes.
Sobretudo, preste atenção nas datas de cada post e note se há atualizações, porque tudo muda o tempo todo!
Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.
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