Hotel acessível para cadeirantes em Buenos Aires

Neste post, apresentarei a você um hotel acessível para cadeirantes em Buenos Aires, onde nos hospedamos nas duas vezes em que estivemos lá.

Esta é a continuação do meu primeiro post sobre a charmosa capital da Argentina, e o texto foi transcrito do antigo endereço deste blog, com poucas alterações. Como a viagem foi feita em 2011, não se esqueça de conferir tudo, caso deseje fazer uma reserva, combinado?

E abaixo, no Para Saber Mais, você sempre tem acesso a links que deixo de presente. Desta vez, deixo todos os posts sobre Buenos Aires neste blog, e links para outros blogs que falam da cidade.

Vambora?

 

Obs.: Todas as fotos pertencem ao acervo Cadeira Voadora e só podem ser usadas com autorização expressa.

 

Laura está em sua cadeira de rodas, ao lado de uma banca de flores, na Calle Florida

O hotel é bem central, o que dá a possibilidade de passear bastante sem ter que recorrer a transporte

 

Buenos Aires para cadeirantes: prós e contras

 

Acabamos de chegar de mais uma viagem à apaixonante capital da Argentina, para curtir a gastronomia, as belas paisagens, os shows de tango, os charmosos cafés, a arquitetura privilegiada e a cultura!

Desta vez fui acompanhada de mi madre e de minha amiga Josane, que foi minha colega na Faculdade de Letras, na pré-história (deixa ela saber que escrevi isso!).

Os cadeirantes podem escolher Buenos Aires como destino sem medo, porque há muitos locais acessíveis, desde restaurantes e cafés até livrarias, shoppings e teatros. Antes de falar sobre o hotel acessível, porém, quero te alertar sobre alguns desafios que, infelizmente, persistem.

 

Rampinha quebrada no passeio

Observe este passeio no centro de Buenos Aires: sujeira e rebaixamento quebrado.

 

 

Dicas | Prevenir é melhor que remediar

 

1 – Quase todos os táxis carregam um cilindro de gás no porta-malas, o que pode tornar estressante a tarefa de pegar táxi na rua algo estressante, pois sua cadeira de rodas não vai caber na maioria deles. Sugestão: chame um com a “mala vazia” [no espanhol de Buenos Aires] ou um utilitário, do tipo Dobló. [Nota: atualmente, você já pode contar com os aplicativos, conforme a Luana explica em seu post, aqui mesmo no blog. O link está no Para saber mais.]

 

2 – O problema com as notas falsas de pesos e a enganação no troco, infelizmente, se tornaram tão frequentes que, nesta última viagem, havia, no Banco de la Nación do aeroporto de Ezeiza, fixadas na parede, duas páginas com xerox de notícias de jornal alertando os brasileiros para essas situações.

Além disso, ao fazermos o câmbio, o funcionário nos entregava um folheto muito bem impresso contendo informações sobre como reconhecer uma nota falsa. Então, é melhor se informar a respeito a fim de evitar aborrecimentos, tanto quanto possível. Clique aqui para ver, no site do Ricardo Freire, toques preciosos.

Minhas dicas: se estiver chegando por Ezeiza, consiga seu primeiro troco pegando o táxi no quiosque Táxi Ezeiza. Além disso, troque suas notas de 100 em locais que considerar mais confiáveis, como em alguns restaurantes e cafés, por exemplo (nunca tivemos problema no Café Havana). Não troque com taxistas nem em bancas de revista!

 

Desafios de acessibilidade

 

No centro da cidade e em Santelmo, há rebaixamentos de calçada em muitos quarteirões, mas vários deles estão quebrados.

Em Palermo Viejo e Soho, assim como em Puerto Madero, os rebaixamentos estão em melhor estado, mas muitos têm um pequeno desnível entre o término do rebaixamento e a rua (cerca de 2cm). Como você já deve saber, isso pode causar acidentes ou, no mínimo, dificultar bastante o acesso à calçada.

Em Palermo Chico, na região dos parques, não vi rebaixamento em nenhum lugar!

Mas estes são apenas alertas para evitar problemas, porque, afinal, nada disso inviabilizará os passeios nem vai impedir você de curtir uma cidade tão charmosa, com pessoas tão simpáticas.

 

A Feirinha de artesanato de Santelmo acontece aos domingos e é muito animada! Porém, o passeio fica praticamente intransitável, e o revestimento da rua é de pedra.

 

Hotel acessível em Buenos Aires

 

Como da primeira vez, nos hospedamos no Meliá da Calle Reconquista, no Microcentro, não somente pela acessibilidade, mas também porque foi muito fácil eu mesma fazer a reserva, sem necessidade de recorrer a agências, simplesmente usando o toll free Brasil: 0800 703 33 99. [Nota em março de 2023: cheque, no site do hotel, as formas de fazer reserva atualmente]

Na verdade, mandei e-mails também para outros hotéis, mas alguns jamais me responderam.

Também escolhemos este hotel por ser bem central, possibilitando o acesso rápido a várias regiões da cidade, como Recoleta, Santelmo ou Puerto Madero.

 

Banheiro do quarto acessível: o espaço abaixo da pia garante que seus joelhos não ficarão esfolados

Acessibilidade no hotel

 

O Meliá tem uma rampinha na entrada e outra pouco mais extensa para acesso à recepção.

No lobby, conta com banheiro acessível, e três modernos elevadores garantem que o cadeirante não vai passar dificuldades com possíveis panes.

Há quartos acessíveis no primeiro piso, muito amplos, assim como os banheiros.

As adaptações no banheiro são parciais e insuficientes para cadeirantes com maior comprometimento de mobilidade, mas os apartamentos são plenamente habitáveis para os que têm mais autonomia.

Mesmo sendo parciais, há espaço debaixo da pia, o que garante a possibilidade de aproximação da cadeira de rodas. O apartamento em que fiquei tem banheira, mas o banquinho coube dentro dela sem instabilidade. De qualquer forma, no hotel há outro quarto sem banheira. E, se você precisar, disponibilizam cadeira de banho.

Entre os itens, estão os confortáveis colchões, as camas na altura da cadeira de rodas (o que facilita as transferências), muito espaço para manobras, ducha fantástica no banheiro… A meu ver, esse conjunto de adaptações torna o hotel de fato uma excelente opção para os cadeirantes.

 

Localização

 

O Meliá fica em um calçadão, onde automóveis só podem entrar se for para embarque e desembarque ou ter acesso aos estacionamentos. Embora não conseguíssemos pegar táxi na porta, também não tínhamos os problemas que o trânsito traz.

Em frente, há diversos pubs bacanas, além de restaurantes, cafeterias e farmácia. Eles podem ser acessados com toda a tranquilidade, porque o revestimento do piso permite, e a falta de automóveis também.

E o melhor: o hotel fica perto de tudo. Para a alegria de todos, dá pra ir “a pé” (ou tocando a cadeira…) a Puerto Madero, às Galerias Pacífico, à Plaza San Martin e muitos outros lugares!

 

Passeando em Buenos Aires

 

Este é um assunto para o próximo post!

Hoje, para concluir, deixo este recadinho: não deixe de considerar Buenos Aires como opção, principalmente se você está iniciando suas experiências fora do país. Você vai se divertir e aprender muito, para considerar em futuras viagens.

Um grande abraço,

Laura

 

 

Para saber mais:

 

Blogs que trazem tudo sobre Buenos Aires:

 

Buenos Aires por Ricardo Freire

Direto de Buenos Aires

Rent a Local Friend em Buenos Aires

 

Três cadeirantes falam sobre acessibilidade em Buenos Aires

 

 

 

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

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