O Parque Ecológico fica na orla da Lagoa da Pampulha e é uma área particularmente agradável. Confira neste post informações sobre a acessibilidade no parque e no Memorial da Imigração Japonesa, que fica lá. E agende rapidinho uma visita!
Já fui ao Parque Ecológico algumas vezes. Acho que é um dos lugares mais agradáveis de Belo Horizonte para caminhar, fazer piquenique ou simplesmente se deitar no gramado e descansar.
Nos fins de semana fica lotado de crianças soltando pipa, e o céu ganha alegria e cor. Por toda a área, que é bastante ampla, tem gente fazendo piquenique, e até rola festinha de aniversário aqui e ali. Eu mesma já fui a festa de aniversário lá, e foi muito bacana.
O parque fica na orla da Lagoa da Pampulha, bem perto da Toca da Raposa (portaria 2) ou do Marco Zero da Pampulha (portaria 1).
Tem grande importância ecológica, pois é resultado de recuperação ambiental e patrimonial. O projeto é dos arquitetos Gustavo Penna, Álvaro Hardy e Mariza Machado Coelho.
As atrações do parque incluem também o Memorial da Imigração Japonesa, construído para celebrar os 100 anos da imigração japonesa no Brasil, completados em 2008.
Você pode até se programar para passar o dia todo por lá, pois ele dispõe de lanchonete e banheiros. Um programa e tanto para namorados, grupos de amigos ou família com crianças. Cadeirantinhos com certeza irão amar.
Acessibilidade
Há vagas reservadas nas duas portarias. Eu prefiro estacionar na portaria 2, porque as vagas estão mais isoladas, no fim do estacionamento, após a entrada do parque. Isso garante que fiquem mais preservadas de serem usadas por quem não tem deficiência. Além disso, na portaria 1 é preciso enfrentar uma rampa muito íngreme para ter acesso ao parque (ela na verdade é uma ponte sobre um canal que margeia o parque).
Pela portaria 2, você alcança imediatamente um caminho pavimentado (bem conservado) que circunda uma área bem ampla (chamada de esplanada), onde garotos soltam pipas. No bosque ao lado, muitas pessoas fazem piqueniques. Essa área é a mais movimentada do parque e pode ser bastante barulhenta.
Continuando pelo caminho pavimentado, bastante fácil de percorrer com cadeira de rodas, você chega até o Centro de Apoio, que tem lanchonete com área ampla para lanche, laguinho e banheiros. Há banheiro adaptado, amplo, limpo, com barras de segurança e pia que permite aproximação frontal. O papel higiênico fica do lado de fora, então não se esqueça de pegá-lo antes de entrar. Pode ser que vc precise de ajuda para isso, pois fica bem alto.
Saindo do Centro de Apoio e entrando à direita, vc alcança o Memorial da Imigração Japonesa.
Se optar por atravessar o bosque, em vez de seguir pelo caminho pavimentado, a circulação com a cadeira fica mais difícil, pois não há trilha. Vc terá de passar pelo gramado.
Memorial da Imigração Japonesa
Trata-se um pavilhão sobre um espelho d’água com duas pontes nas extremidades, que levam a dois muros: de um lado, o muro com o círculo vermelho da bandeira japonesa; do outro, o muro com o triângulo vermelho da bandeira de Minas Gerais.
Esta bela obra de arquitetura foi projetada por Gustavo Penna e Mariza Machado Coelho. Paulo Pederneiras, diretor artístico da companhia de dança Grupo Corpo, foi parceiro de criação; é o responsável pela concepção cenográfica do interior do Memorial, uma sala com fundo infinito vermelho e almofadas da mesma cor.
“Ele [Pederneiras] procurou imprimir ao espaço o caráter de templo e de reverência: os visitantes devem retirar seus calçados para entrar no local, onde as almofadas em forma de vitória-régia indicam tratar-se de um ambiente de descanso, contemplação e reflexão.”
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É mesmo muito bonito, sem dúvida. Mas é uma pena que estivesse cheio de crianças barulhentas, que até mesmo davam socos na parede (!!!!!!), sem nenhuma intervenção dos pais. Foi preciso que o funcionário da portaria entrasse e advertisse os marmanjos.
Esse mesmo funcionário tentou barrar minha entrada, dizendo que cadeirantes não podiam ter acesso à sala. Isso porque as pessoas devem entrar descalças e calçar uma sapatilha descartável de TNT fornecida pelo parque. Claro: não há sapatinho para as rodas de cadeira. Contudo, isso não é motivo para barrar a entrada da pessoa com deficiência, e a atitude configura discriminação, sujeita a punição, de acordo com o art. 88 da Lei Brasileira de Inclusão.
Calmamente, expliquei ao segurança que chamaria a polícia e entraria com causa na justiça caso ele não liberasse minha entrada. Ele entrou em contato com a administração do parque e imediatamente me liberou.
Era um domingo. Dois dias depois, liguei para a administração do parque, conversei diretamente com o gerente e comuniquei o fato, explicando que não iria fazer uma queixa formal ao Ministério Público, mas era meu direito fazê-lo. E expliquei também que narraria o fato no meu blog, para que auxiliasse na educação do público para o respeito aos direitos da pessoa com deficiência. Questionei sobre o treinamento dos funcionários do parque. Ele se desculpou, informou que os funcionários são treinados e que não saberia dizer o que aconteceu; teria de investigar.
Certamente eu desejo que algo do gênero não aconteça com você. Contudo, se acontecer, saiba que não se pode impedir a entrada de ninguém num local público simplesmente pelo fato de a pessoa ter uma deficiência.
Comentando o fato com o Thiago Helton, que é advogado e cadeirante, ele me disse que fiz o que era adequado. E complementou: “Na verdade, esse agente cometeu o crime de discriminação previsto no art. 88 da LBI, uma vez que o contexto do impedimento só aconteceu em virtude das suas peculiaridades físicas. Assim como qualquer outro crime em que a vítima seja uma pessoa com deficiência, o que deve ser feito é comunicar a autoridade policial ou ir diretamente ao Ministério Público. O crime de discriminação da LBI se consumou só por ele ter barrado a sua entrada. O fato de você ter entrado no estabelecimento posteriormente não elimina a violação do seu direito”.
Fique atento: se acontecer algo similar com vc, e não conseguir solucionar a situação, registre o ocorrido com uma foto, por exemplo, e se possível chame testemunhas.
A advogada Meire Elem Galvão, também cadeirante, já tratou deste assunto aqui, no blog. Para ler o post completo, clique aqui. São orientações dela, entre outras: “Tente resolver a situação com o diálogo. Muitas vezes apenas uma conversa resolve. Se a conversa não trouxe solução, denuncie!”.
Bem, no meu caso resolveu. E eu pude visitar a bela sala vermelha e sair pela outra porta, descer a rampa, para apenas constatar quanto este patrimônio está relegado. Também devido à falta de chuva, o gramado estava raquítico, mal-cuidado. As fotos em homenagem aos japoneses estavam azuladas, desgastadas pelo tempo. Do lado de fora, tudo dava a impressão de abandono. E não há acesso para retornar à trilha. Tivemos que escalar um pequeno monte para retornar…
Mesmo assim valeu a pena. Convido vc a dar uma passada por lá, quem sabe com a sorte de não encontrar crianças mal-educadas…
Para seu passeio ser perfeito:
- Evite exposição excessiva ao sol. Traga boné, chapéu, protetor solar, garrafinha com água. Não descuide da hidratação. Há bebedouro no Centro de Apoio, onde vc poderá reabastecer a garrafinha.
- Após a visitação, recolha todo o lixo gerado e coloque na lixeira, pelo bem da natureza.
Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 6061 (Marco Zero) – Pampulha
Outro acesso: Portaria II, nº 7111 (Toca da Raposa)
Telefone: 31 3277-7439
Para saber mais
Alta Estima Fotografia Inclusiva
Bom dia! Boa Tarde ! Boa Noite!
Gostaria de pedir a você que me ajude na divulgação de um formulário. Estou desenvolvendo uma pesquisa sobre mobilidade na região da Lagoa da Pampulha e preciso de uma grande quantidade de respondentes. Segue o Link:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScLV4bs1gZD6OY6SxAwVHf_X2d8IW4o9UYlEiRNiElB08JnBg/viewform?usp=sf_link
A pesquisa é para fins acadêmicos e os resultados serão utilizados como os dados, os quais serão analisados e embasarão um artigo já desenvolvido por mim, juntamente com dois professores.
Obrigada
A pesquisa é para fins acadêmicos, os resultados serão utilizados como os dados que será analisado e embasará o artigo já desenvolvido por mim, juntamente com dois professores meus, Peolla Paula Stein e Agmar Bento Teodoro
Obrigada!
Olá, Alice, tudo bem? Me desculpe pela demora em responder sua mensagem; eu estava viajando.
Pesquisa divulgada! Poderia me informar também seu estabelecimento de ensino e curso? É apenas uma curiosidade minha… 😉
Abraço!