Não podemos esperar que o país se transforme sem que cada um de nós coloque a mão na massa. Temos nesta semana mais uma oportunidade de nos reunir não só para reivindicar, mas para decidir o que vai merecer nossa atenção, tempo e dedicação. Participe do Pró-Equidade BDMG: Desenvolvimento com Inclusão!
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) promoverá um debate sobre mercado de trabalho para pessoas com deficiência e o 2º Seminário Internacional de Acessibilidade na Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, nos próximos dias 23 e 24 de agosto, na sede do Banco em Belo Horizonte.
Ao aderir ao programa federal Pró-Equidade de Gênero e Raça, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) criou, em agosto de 2016, o BDMG Pró-Equidade. O programa tem atuação em quatro eixos básicos nas relações de trabalho: visibilidade trans, gênero feminino, relações raciais e pessoas com deficiência.
Já foram realizados debates sobre visibilidade trans, consciência negra e gênero feminino. Agora é a vez das pessoas com deficiência serem contempladas!
Desenvolvimento com inclusão: pessoas com deficiência
O evento dedicado às pessoas com deficiência terá como foco o mercado de trabalho e a acessibilidade em Belo Horizonte, mais especificamente a acessibilidade na área da mobilidade urbana.
Para tratar da questão relativa ao mercado de trabalho, teremos a ilustre presença de Romeu Sassaki. Aqueles que adquiriram uma deficiência na última década infelizmente estão pouco informados a respeito da história da luta das pessoas com deficiência no Brasil. Se o tivessem acompanhado, certamente saberiam o papel que Romeu Sassaki representa no empoderamento desse segmento.
Em 1979, quando começaram as reuniões do movimento das pessoas com deficiência, Romeu trazia para estudo documentos traduzidos da ONU. Em 1975 fundou o Centro de Desenvolvimento de Recursos para Integração Social (CEDRIS), o qual administrou até 1990. Em 1992 foi para o Rio de Janeiro trabalhar como diretor executivo do CVI-Rio por um ano e meio. É um dos fundadores do Centro de Vida Independente Araci Nallin (CVI-AN), de São Paulo. E durante todos esses anos contribuiu muito para que a inclusão no Brasil não fosse somente uma ideia longínqua.
Diz ele, nesta entrevista:
Hoje é comum falarmos em dignidade, mas, naquela época, a dignidade era algo utópico, abstrato, não tinha nada a ver conosco. O problema era a fome, a pobreza, a falta de tudo. Não havia dignidade coisa nenhuma. Aliás, a própria dureza da vida encobriu a dignidade. Algumas pessoas pediam dinheiro sem sentir vergonha. Por outro lado, muita gente, mesmo naquela época, não pedia dinheiro porque sentia vergonha de pedir. Ensinar dignidade é uma coisa difícil. Aliás, naquela época não se usava a palavra “cidadania”. Essa palavra surgiu na década de 1990.
Romeu tem décadas de experiência para compartilhar conosco, e sua palestra não deve ser perdida! Ele fará sua intervenção no dia 23. Veja a programação abaixo, no final da postagem.
Outra figura notável que estará presente é Rasmus Isaksson, presidente da organização Participação, Capacidade e Mobilidade da Suécia. Ele vai abrir os trabalhos do 2º Seminário Internacional de Acessibilidade na Mobilidade Urbana em Belo Horizonte, no dia 24.
Falará sobre acessibilidade e mobilidade urbana na Suécia, mostrará o trabalho realizado por sua organização e explicará como ela consegue afetar o governo através de campanhas e estratégias. Também abordará a questão do transporte público em seu país e os desafios que enfrentam quanto à acessibilidade na habitação.
O evento tem apoio da BHTrans, Embaixada da Suécia e WRI Brasil e será realizado na sede do BDMG.
1º Seminário de Acessibilidade na Mobilidade Urbana
Participantes lotaram o auditório do Ibmec, que recebeu o 1º Seminário Internacional de Acessibilidade na Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, em 2015. Para ler a cobertura de todas as atividades desse evento, conte com a excelente reportagem da WRI Brasil, que você pode ler aqui.
Foi notável a participação do arquiteto Pedro Homem de Gouveia, coordenador do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, que apresentou o trabalho realizado na capital portuguesa com vistas à acessibilidade. Tive a honra de fazer uma intervenção comentando a fala dele e complementando com informações acerca da acessibilidade em Belo Horizonte.
Na ocasião do primeiro congresso, como parte da minha fala, afirmei:
A participação das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida no processo de mudança é de extrema importância, pois, se não houver cooperação, os projetos dificilmente sairão do papel.
É o que continuo afirmando. Vejo muitas pessoas com deficiência reclamando, mas não são tantas que se apresentam para o ativismo. Cada um a seu modo, é necessário contribuir na luta, com respeito pelo modo de pensar de todos os envolvidos, com foco, com comprometimento.
Nesta edição do seminário, também terei a honra de participar da mesa de debates, após a fala de Rasmus Isaksson. Aproveito para agradecer à organização do evento pela oportunidade.
Aguardamos você lá!
Uma sugestão: conheça a história do movimento das pessoas com deficiência, pelo menos no Brasil. Estou certa de que será algo transformador e motivador.
Saiba mais:
O evento acontece nos dias 23 e 24 de agosto, nesta quarta e quinta, em Belo Horizonte.
Pró-Equidade: pessoas com deficiência
Participações especiais: Romeu Sassaki e Rasmus Isaksson
Será totalmente acessível, tanto para cadeirantes quanto para pessoas com deficiência visual ou auditiva.
Nota: Não será necessário fazer inscrição (totalmente gratuito) | Estudantes terão direito a certificado de participação | A programação de quinta-feira à tarde é exclusiva para convidados.