Internacional Design Hotel (Lisboa): acessibilidade

Vem comigo conhecer o Internacional Design Hotel, em Lisboa, e saber sobre sua acessibilidade. Foi lá que nos hospedamos, e agora compartilho os detalhes com você! 

 

Internacional Design Hotel visto da Praça do Rossio (foto: Ulysses Martins)

 

Nota: Todas as informações se referem ao ano de 2014, quando estivemos em Lisboa. Por favor, caso se interesse em se hospedar no mesmo hotel, não se esqueça de checar se continuam válidas.

As fotos pertencem ao acervo de Laura Martins, exceto quando indicado, e podem ser usadas apenas com sua autorização expressa.

 

Pra começo de conversa…

 

Nunca economizei tempo em pesquisa… (Foto: Giuliano Cretoiu)

Antes de começar a falar sobre a acessibilidade no Internacional Design Hotel, achei que seria útil falar sobre custos com hospedagem.

Certamente, cada pessoa tem uma prioridade, também no que se refere às viagens. Aliás, há pessoas que nem acham que vale a pena usar as economias viajando, mas acredito que este não é seu caso… rs

Considerando os que amam viajar, uns optam por investir mais nos passeios, outros em refeições melhores, outros em compras. E há também as pessoas que priorizam o conforto na hora de descansar ou de tomar um bom banho para restaurar as energias. Estou entre estas.

Por causa disso, prefiro investir em um bom hotel, ainda que isso signifique reduzir os gastos com outros itens. Por exemplo, quase não compro nada quando viajo, mas sempre opto por estabelecimentos de hospedagem melhores.

Certamente, não faço isso porque tenho dinheiro sobrando, mas porque é melhor para minha saúde. Porém, com a prática, descobri que não é preciso ser rica para ficar em um bom hotel…

 

Qual é o segredo, então?

 

  1. Em primeiro lugar, viajar em baixa temporada sempre rende tarifas melhoras, e não somente nos hotéis.
  2. Em segundo lugar, é preciso garimpar uma tarifa que caiba no seu bolso. Deixe os preconceitos de lado, e não vá pensando que os melhores preços são encontrados apenas em sites de busca do tipo Booking. Às vezes, pode sair mais barato comprar direto do hotel, ou até numa agência de turismo. Por isso, não economize tempo pesquisando e comparando, pois estará fazendo bom uso dele.

 

No meu modo de ver, optar por um hotel melhor, principalmente se você tiver necessidades bem específicas, não é custo, é investimento. Poder usar um banheiro em que sua cadeira entre com conforto, ou em que a ducha funcione bem, é algo que não tem preço.

Dormir em um colchão que deixará seu corpo em boas condições para um dia inteiro de aventuras? Contar com climatização perfeita? Com equipe cooperativa, competente e simpática? Não, não tem preço!

Um hotel baratinho pode ser muito ruinzinho e estressante. Valerá a pena economizar nesse item?

 

Praça do Rossio em foto tirada por mim, a partir da varanda do nosso quarto

 

Características gerais do hotel

 

Agora, sim, vamos falar sobre o hotel?

Imagine ficar em um hotel bonito, charmoso, confortável, com funcionários gentis, simpáticos, que fazem de tudo para que sua estadia seja a melhor possível? Além de tudo, esse hotel fica muito bem localizado, o que torna seus deslocamentos em Lisboa realmente mais simples? O Internacional Design é assim.

Ao lado da famosa Praça do Rossio e na Rua Augusta, ele permite que tenhamos acesso a pé – e com facilidade – a muitos pontos turísticos. Isso porque a região do entorno é plana e as calçadas estão em melhores condições que em outros pontos da cidade.

 

Como fizemos a reserva

 

Estivemos em Lisboa em outubro de 2014. Fomos recebidos no Internacional Design pela simpática e competente Magui, que nos acolheu maravilhosamente bem, após descermos do táxi debaixo de uma tempestade.

Ela não poupou esforços para que nossa experiência no hotel fosse incomparável. Mas os demais funcionários não deixaram a desejar, pois fomos sempre atendidos com cortesia e disposição para ajudar.

Todos os detalhes da reserva foram tratados por e-mail com o assistente João Mendes, que foi sempre solícito, objetivo e claro.

Sinceramente, de modo geral não encontro essa competência quando preciso entrar em contato com hotéis. É comum os funcionários darem informações parciais e, infelizmente, às vezes até incorretas. Alguns chegam até mesmo a ser descorteses, sem compreender que, com isso, estão perdendo clientes.

 

Família Martins posando para foto no lobby do International Design Hotel

 

Refeições

 

Todas as refeições foram servidas no irreverente bar/restaurante Bastardo, muitíssimo agradável, com vista para a Praça do Rossio.

Optamos por incluir o café da manhã na diária. Em tudo valeu a pena: pelo conforto, pela linda vista da Praça do Rossio e pelos itens deliciosos do cardápio, que tinha de tudo, desde pastelaria portuguesa, queijos diversos e pães regionais até espumante.

As demais refeições eram pagas à parte, mas tinham bom custo-benefício. Porém, como o hotel está bem localizado, é possível escolher à vontade locais para refeições, sempre tendo em mente que muitos deles não têm qualidade. São apenas o que chamamos de “pega-turistas”.

 

Este trecho da Rua Augusta ficava bem debaixo da “nossa” janela. São poucas quadras até a Praça do Comércio, com muitos restaurantes e a bela vista do Rio Tejo. (Foto: Ulysses Martins)

 

Quarto e banheiro

 

No quarto, havia cafeteira Nespresso e cápsulas de café repostas diariamente, sem custo adicional. Além disso, produtinhos l’Occitane esperavam por nós no banheiro, que tinha uma ducha sensacional e secador de cabelos decente, profissional.

Nas janelas, vidros duplos garantiam um sono sem aborrecimentos, apesar de estarmos ao lado da Rua Augusta, um dos principais pontos turísticos da cidade e sempre movimentada.

 

Acessibilidade no Internacional Design Hotel

 

Banheiro do restaurante avisa, em alto estilo, que é livre de aborrecimentos. No alto da porta, outro letreiro acrescentava: “easy, friendly, effortless, uncomplicated, simple”. Me ganhou.

Considero que o hotel tinha bastante acessibilidade para cadeirantes, mas com algumas reservas, que tinham como ser contornadas. Como sempre digo, prefiro te contar os detalhes, para que tenha condições de decidir, por si mesmo, se o hotel atende suas necessidades específicas.

 

  • Na minha opinião, o pior era não ter como estacionar na porta do hotel. Era necessário parar na praça e atravessar a ruazinha em frente.
  • Na entrada, tinha rampa, mas era um pouco íngreme. Além disso, a porta de vidro era pesada. Porém, o pessoal da recepção estava sempre atento e jamais deixou de abri-la para mim.
  • No restaurante havia um excelente banheiro acessível, amplo, limpo, bonito e adequado.
  • O balcão com café da manhã era alto para o alcance do cadeirante, mas os gentis funcionários compensaram essa deficiência. Havia bom espaço para circulação.
  • O hotel é pequeno, mas os quartos eram amplos.
  • Havia um elevador (panorâmico).
  • Os corredores dos andares são carpetados, mas o piso do quarto é laminado.

 

Acessibilidade no quarto:

 

Na foto, o banheiro do quarto

No meu apartamento, o 302, era possível chegar até a varanda com a cadeira de rodas para admirar a bela vista da Rua Augusta (do lado esquerdo) e da Praça do Rossio (à direita).

Tanto o quarto como o banheiro eram espaçosos, com alguns senões. Se optar por camas de solteiro, elas são bem confortáveis e largas, mas estarão juntas, sem nenhum espaço entre uma e outra. E não será possível separá-las, pois as mesas de cabeceira são fixadas à parede.

Quanto à cama, estava em altura adequada e tinha colchão, lençóis e travesseiros mega confortáveis.

O banheiro não tinha barras de segurança dentro do box. E, infelizmente, a banqueta para banho era minúscula, portanto sem condições de atender a pessoas obesas e as que têm dificuldades de se equilibrar.

Para resolver isso, preferi usar outra banqueta, que estava disponível no banheiro e me atendeu. Porém, caso decida se hospedar neste hotel, sugiro que verifique se há cadeira higiênica ou banqueta maior e mais segura.

 

Outros detalhes:

 

  • Havia barras de apoio ao lado do vaso sanitário, espelho inclinado sobre a pia (com regulagem de inclinação) e box funcional, que tornava a entrada bem facilitada.
  • A ducha manual do chuveiro tinha encaixe muito alto, de modo que precisei de ajuda para retirá-la.
  • O controle de climatização do quarto ficava em altura adequada, assim como o local de encaixar o cartão magnético para abrir a porta e acionar a eletricidade.

 

Valeu a pena?

 

Mesmo com alguns problemas de acessibilidade, gostei muito do hotel, especialmente pelo conforto e localização. Sem dúvida, economizei bastante dinheiro com táxi, porque fui a pé (rodando a cadeira, naturalmente…) a muitos lugares.

Descemos a Rua Augusta inúmeras vezes, pois é um passeio delicioso, e é interditada para automóveis.

Então, posso dizer que, para nós, valeu o investimento.

 

 

Para ler os posts sobre Lisboa:

 

Visitando Lisboa em cadeira de rodas

Visitando Lisboa em cadeira de rodas 2

De cadeira de rodas em Portugal: Queluz, Cintra e Alentejo

 

About Laura Martins

Laura Martins criou o blog Cadeira Voadora em 2011 para compartilhar suas experiências de viagem em cadeira de rodas. Para ela, viajar desenvolve inúmeras habilidades, nos faz menos intolerantes por conviver com as diferenças e ajuda a construir inclusão, porque as cidades vão ficando mais preparadas à medida que as pessoas vão se fazendo visíveis. Entre em contato pelo e-mail contato@lauramartins.net.

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