Turismo para pessoas com deficiência é luxo? Me parece até absurdo fazer essa pergunta, mas vá lá. É possível que ela ocorra a algumas pessoas, já que estamos num país onde ainda existe gente que mal tem o que comer, e em que algumas pessoas com deficiência nem conseguem sair de casa, por falta de equipamento apropriado, transporte público adequado ou calçadas decentes.
O fato é que as férias estão aí, o que nos motiva a tratar desse assunto, que merece atenção, porque lazer está longe de ser futilidade. Cada dia fica mais clara a importância dele para uma boa qualidade de vida, e qualquer pessoa deve ter direito a se divertir, conhecer novas pessoas, abraçar outras culturas, entrar em contato com um novo mundo.
Além de ser um importante instrumento de inclusão, o turismo é um dos principais setores da economia atual e está na pauta de investimentos prioritários em todo o mundo. Vários países – e o Brasil também está acordando para isso – têm investido no turismo para pessoas com mobilidade reduzida, pois elas estão crescendo em número, e seu interesse e poder de compra têm sido crescentes.
É fundamental disponibilizar infraestrutura adequada para acesso aos locais públicos e aos atrativos turísticos. Esse novo público, composto por pessoas com deficiência e por idosos, e é um importante grupo, que tem disponibilidade de renda para movimentar o setor.
Se é um grupo que dispõe de tempo, poder aquisitivo e vontade de viajar, o setor de turismo no Brasil está dormindo no ponto quando não se equipa para atender à demanda. Para que essas pessoas escolham determinado destino, é preciso eliminar alguns fatores impeditivos (limitações de acesso, deficiências nos serviços turísticos, etc.). Somente após essas intervenções, a demanda potencial será transformada em efetiva.
Se é um grupo que dispõe de tempo, poder aquisitivo e vontade de viajar, o setor de turismo no Brasil está dormindo no ponto quando não se equipa para atender à demanda.
Pensando nessa situação, o programa de TV Faça Parte, voltado para a inclusão de pessoas com deficiência, desejou mostrar tanto as barreiras que esse público enfrenta quando quer viajar (mostradas no primeiro programa da série sobre turismo), como apresentou um exemplo de hotel com adaptações que atendem às normas. Além disso, realizou uma entrevista comigo, que falei sobre minhas viagens e a necessidade de a pessoa com deficiência sair do casulo e mostrar a cara, a fim de “incomodar” a sociedade, reivindicando melhorias.
Que bom que o #FaçaParte está atento a esta demanda e tratando o assunto com a competência de sempre e a seriedade que ele merece!
Clique abaixo para assistir aos vídeos.
https://youtu.be/AXjI6FFV4Qc?list=PLW3pKDtRUVPuLPNMcXUKN_BoEJMlL4lHt
https://www.youtube.com/watch?v=_bG9yWUrjHM
O Faça Parte vai ao ar todas as quartas, ao meio-dia, durante o Balanço Geral MG. Mais tarde, o vídeo é postado no portal R7. Se você tem alguma denúncia, registro ou relato que envolva os interesses das pessoas com deficiência, bem como qualquer sugestão de tema sobre inclusão, pode enviar um e-mail para a equipe: balanco@mg.rederecord.com.br
Foi gratificante participar, porque minha meta sempre foi motivar as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a saírem de casa, apesar das barreiras que irão encontrar. Colocar a cara na rua é uma contribuição que cada um pode dar, para que a sociedade seja mais inclusiva: ao deparar com um desafio, a pessoa irá se mobilizar para reivindicar mudanças. Isso certamente produzirá frutos no médio e no longo prazos – e até mesmo em curto prazo.
Por isso, SAIA DE CASA! Não permita que a cadeira de rodas, ou a muleta, ou o carrinho de bebê, ou sua mobilidade reduzida tirem de vc o prazer de conhecer novas culturas e travar contato com novas pessoas.