Acessibilidade em Singapura | Por Leandro Menna

Pedi a Leandro Menna que escrevesse um post sobre acessibilidade em Singapura logo que fiquei sabendo que já tinha visitado a cidade. Neste texto, nós o acompanhamos em seu passeio por uma das cidades mais acessíveis do mundo, segundo o guia de viagens Lonely Planet. Vamos conhecer?

 

Na foto, você vê Leandro Menna com o icônico edifício Marina Bay ao fundo.

 

Acessibilidade em Singapura

Leandro Menna*

 

Olá, pessoal, meu nome é Leandro Menna e estou aqui a convite da Laura para passar a minha experiência como cadeirante sobre a cidade/país de Singapura. Depois de ter visitado cerca de 20 países, posso dizer que Singapura sem dúvida foi o lugar mais acessível a que já fui.

 

Facilidades para circulação

 

Me senti muito confortável nessa cidade, pois é toda muito acessível. Todas as esquinas pelas quais passei possuem guias rebaixadas e piso tátil. Observei que mesmo os lugares mais afastados do centro também tinham calçadas padronizadas com guias rebaixadas.

Mas não só guias rebaixadas fazem Singapura ser acessível. Todos os semáforos têm sinalização sonora para quem precisa desse recurso.

 

Acessibilidade em Singapura: rampa através da escada, com corrimãos. A escada também tem corrimão. No Brasil, de acordo com a norma ABNT, o corrimão deve ser duplo, com duas alturas. (Foto de Leandro Menna)

 

 

Metrô organizado

 

Ainda falando de espaços públicos, a educação das pessoas dessa cidade é algo impressionante, não existe sujeira no chão, são incrivelmente limpas todas as ruas.

O metrô é um show à parte, fiquei impressionado. Quando entrei pela primeira vez, me lembrou um aeroporto, de tão limpo e organizado.

Não sei se todas as estações têm elevador, mas todas a que eu fui tinham. Pelo metrô você percorre a cidade inteira, inclusive pode descer na estação que fica dentro do hotel mais famoso de Singapura, o Marina Bay Sands. Sugiro jantar no Cé La Vi, que fica no topo desse hotel. A vista é incrível.

 

Esta é a famosa piscina de borda infinita do Marina Bay (Foto: site do hotel)

 

Hotel bem localizado

 

Infelizmente não me hospedei no Marina Bay Sands, mas fiquei no Hotel Holiday Inn Express Clarke Quay, que fica em uma região muito bem localizada e com um quarto muito bem adaptado, principalmente o banheiro, pois esse é sempre o ponto de maior preocupação para nós cadeirantes.

Apesar do quarto não ser grande, era muito bem distribuído e com um banheiro respeitando todas as normas que precisamos. Infelizmente não tirei nenhuma foto.

O Hotel fica na região de Clarke Quay, uma das mais badaladas da cidade e cheias de bares. Para quem curte a noite, é um ótimo local para se hospedar.

 

Dicas de passeio

 

Vamos às dicas do que fazer lá.

Uma opção legal para você ter uma visão geral da cidade é pegar um ônibus sightseeing, que vai passando e parando nos principais pontos da cidade.

Um lugar imperdível é o Gardens by the Bay, o principal espaço recreativo ao ar livre de Singapura. Na parte da noite tem um show de luzes incrível. Dentro desse parque existem duas estufas, uma que simula uma floresta tropical (Cloud Forest) e a outra com milhares de plantas de todo o mundo (Flower Dome). Além disso, ele tem como propósito usar toda a energia e a água de forma eficiente e sustentável. Vale muito a pena a visita.

Também vale a pena ir à ilha resort de Sentosa, que tem o parque da Universal Studios.

Como já citado, o Hotel Marina by Sands também é um ponto turístico, marcado pela sua arquitetura peculiar em formato de barco. O local possui shopping com lojas de várias de grifes internacionais (nem me arrisquei a entrar em nenhuma rsrs) e um cassino bem legal, nesse eu me dei bem 🙂 Além, é claro, da famosa piscina de borda infinita.

 

Este é o impressionante Gardens by the bay, em foto de Leandro

 

Vale a pena?

 

Como na vida nem tudo são flores, Singapura também tem seu ponto negativo. É uma cidade extremamente cara. Se não me engano é uma das mais caras do mundo. Então vão preparados para pagar cerca de $12 em uma lata de refrigerante.

Apesar disso, vale a pena viver essa experiência por alguns dias, principalmente se você for cadeirante. Vai se sentir em casa.

Caso queiram tirar alguma dúvida, é só me mandar uma mensagem direta pelo Instagram. O endereço é @lemenna.

 

 

Para saber mais:

 

Desenho universal e acessibilidade no transporte público

Laura Martins

Segundo esta reportagem do The Guardian sobre cidades que estão investindo na acessibilidade, o envelhecimento da população foi um forte motivador para que ela recebesse atenção em Singapura. Afinal, até 2030 os idosos serão um quinto da população.

Por essa razão, a Autoridade de Construção Civil incentivou a aplicação dos princípios do desenho universal em novos empreendimentos desde 2007.

De acordo com o site Visit Singapore, o sistema de transporte rápido de massa (MRT) da cidade, em todas as estações, tem pelo menos uma rota acessível, assim como rampas e elevadores sem barreiras, além de banheiros. Cada trem possui dois carros acessíveis para cadeiras de rodas.

Além disso, os passageiros com deficiência visual podem usar as placas em Braille nos elevadores das estações e o piso tátil para se guiar da entrada do MRT até a plataforma. Os nomes das estações e as instruções para transferência são anunciados em todas as paradas de trem. Passageiros com deficiência auditiva poderão verificar horários e destinos de chegada nas várias telas localizadas em torno da plataforma do trem. Todas as portas da plataforma têm luzes vermelhas piscantes para indicar quando estão fechando.

No site, é possível encontrar muitas outras informações, por isso não deixe de conferir!

 

Links para aprofundamento:

 

Atenção: o Google traduz os textos em inglês!

 

Singapura no Lonely Planet

11 passeios acessíveis em Singapura | Blog Spin the Globe

Acessibilidade no transporte público em Singapura

Ministério dos Transportes de Singapura | Acessibilidade

 

 

About Leandro Menna

*Leandro Menna tem 33 anos, é cadeirante, designer e apaixonado por viagens.

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