Luana Sanches é cadeirante e esteve em Buenos Aires no final de 2022. Quando vi seus posts no Instagram, logo a convidei para escrever sobre suas impressões aqui, no Cadeira Voadora, para nos atualizar!
Afinal, já faz mais de 10 anos que estive lá e que meus posts foram escritos. Mesmo assim, creio que eles continuam úteis, ainda mais com as novas informações trazidas pela nossa amiga. Por isso, deixarei os links para eles no final deste post, no Para saber mais, combinado?
Agora, vamos passear com a Luana? Bora!!
Querida, muito obrigada por sua participação, viu?
Beijos, Laura Martins
Nota: Todas as fotos pertencem a Luana Sanches e foram publicadas com sua autorização
Luana com o noivo na bela livraria El Ateneo
Buenos Aires com Luana
Por Luana Sanches
Viajei com meu noivo Ricardo por uma semana para Buenos Aires, Argentina, e me encantei por tudo que a cidade oferece, ou seja, uma vida cultural agitada, boa gastronomia e preços razoavelmente acessíveis para nós, brasileiros.
Fomos na primeira semana de dezembro de 2022, portanto era alto verão. A cidade estava muito quente, chegou a 38°c, quando estávamos lá. Então, levem em consideração isso, o verão é muito quente.
#DicaDaLuana
Na Argentina tem 2 cotações de câmbio: o câmbio oficial, que é o cobrado nas compras com cartão de crédito, e o câmbio blue, que é oferecido pela Western Union e casas de câmbio, que vale sempre o dobro do câmbio oficial. Então, é muito mais vantajoso levar reais pra trocar lá ou fazer um pix pra Western Union e pegar o dinheiro lá.
[Nota da edição: Para se informar a respeito, clique aqui.]
Transporte
Nos deslocamos de ônibus de turismo pela cidade, da empresa Grey Line. Foi só apresentar um comprovante da minha deficiência, e eu e meu acompanhante pudemos nos deslocar nesse ônibus sem custo.
Como documentação para a pessoa comprovar a deficiência, eles estavam aceitando a CNH ou o novo RG, aquele que já conta com a informação sobre a deficiência e o símbolo internacional de acesso.
O único porém é que esse ônibus roda somente até as 17h do horário local. Então, para sair à noite, usamos Cabify, um app de corridas como o Uber. O Uber também existe lá, mas não é regulamentado pelo governo, então, por questão de segurança, preferimos o Cabify.
#DicaDaLuana
Sempre solicitamos o carro com “extra equipaje”, espaço extra para as bagagens, e não tivemos problemas de negarem levar a cadeira. Porém, tenha em mente que, como no Brasil, dependendo do lugar/horário, às vezes demora pra aceitarem a corrida.
Mobilidade e acessibilidade
Todas as calçadas por onde passei têm guia rebaixada, mas infelizmente não contam com piso tátil. Algumas estão em mau estado de conservação, com buracos, mas nada que não dê pra circular, principalmente se você contar com a ajuda de uma pessoa sem deficiência.
Grande parte das lojas e restaurantes infelizmente não possui acessibilidade, mas, no caso dos restaurantes, muitos têm mesas na calçada. Sendo assim, se você não se importa de comer na rua, não vai enfrentar grandes problemas. Há também muitas opções de shopping, que sempre contam com acessibilidade.
Dicas de restaurantes
Conheci o La Cabrera e não recomendo. É um restaurante famoso, estrelado e com preço mais elevado, porém não oferece acessibilidade nem pra entrada, muito menos banheiro. Tive que comer numa mesa na calçada com um verão de 38°c! Quando fiz a reserva, o site perguntava se alguma das pessoas tinha redução de mobilidade, então achei que ia ser super tranquilo, mas não foi.
Conheci também Il Cuotidiano, restaurante de massas a preços justos, super recomendo. Tinha fila, mas teve acessibilidade total e comida muito gostosa
O Casa Paradiso ficava dentro de um shopping, o Alcorta, então não tivemos problemas de acessibilidade. Nós o apelidamos de “Eataly da Argentina”, pois contava com várias “ilhas” de diferentes tipos de comida, pizza, empanadas, pães, saladas, massas, bar e o melhor sorvete que já tomei na vida.
Meu restaurante preferido foi o Santos Manjares, melhor custo e benefício da viagem. Tem acessibilidade na entrada, mas infelizmente não possui banheiro acessível.
Pontos turísticos
Malba e o Cabildo são dois museus que visitei, e ambos tinham acessibilidade, assim como o Jardin Botánico, Jardin Japonês, Eco Park e o famoso Teatro Colón. A acessibilidade era completa, tanto nos espaços como de banheiro acessível.
A livraria El Ateneo Grand Splendid é outro ponto que não pode não pode faltar no seu roteiro! Conhecida como uma das mais bonitas do mundo, ela impressiona mesmo pela beleza. Funciona onde antigamente era um teatro, conta com acessibilidade por rampas e banheiros acessíveis.
Caminito e Puerto Madero
Os pontos mais conhecidos da cidade são Caminito e Puerto Madero. Infelizmente são uma decepção no quesito acessibilidade, começando pelo Caminito. Lá, as ruas são de pedra, e os lugares extremamente lotados, o que dificulta muito a circulação, mesmo estando acompanhada(o).
Puerto Madero também tem a maior parte da calçada de pedra e é igualmente lotado. Além disso, a maioria dos restaurantes ali não possui acessibilidade.
Valem a visita por se tratar de dois lugares emblemáticos da cidade, mas uma vez pra conhecer, está ótimo.
Meu hotel
Luana está no Caminito
Ficamos no Hotel Pulitzer, no centro da cidade. Escolhi esta localização e não me arrependi, pois está próximo de vários pontos turísticos da cidade, como Casa Rosada, Obelisco, Calle Florida e Galerias Pacífico
Esse hotel fica muito bem localizado e me permitiu explorar várias partes da cidade a pé, além disso o atendimento foi nota mil.
O quarto era realmente acessível. Contava com chuveiro, barras de apoio e banqueta de banho escamoteável.
Tinha um pequeno degrau na entrada do hotel, mas eles possuíam uma rampa de metal móvel, que colocavam toda vez que eu iria entrar ou sair.
Vale a pena?
Recomendo essa viagem a todos! Porém, para aqueles que possuem menos mobilidade, é melhor fazê-la acompanhados, pois, apesar de ser um destino incrível, ainda apresenta alguns obstáculos.
Quem quiser tirar dúvidas e saber mais detalhes, estou no Instagram como @sanchesluana.
Foi um prazer dividir minha experiência no Cadeira Voadora, agradeço a Laura pelo convite 😉
Consulte o Guia Óleo, pois, segundo ele, “Esse guia de restaurantes tem uma busca (http://www.guiaoleo.com.ar/nav_pro.php) que mostra os lugares com acesso e também com banheiro adaptado. As informações são corretas e há quase 1.000 restaurantes com banheiro adaptado no guia!”.
Prazer, eu sou a Luana, sou cadeirante por sequela de paralisia cerebral, trabalho em uma agência de publicidade, sou apaixonada por viajar e conhecer novos modos de viver!
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Nos deslocamos de ônibus de turismo pela cidade, da empresa Grey Line. Foi só apresentar um comprovante da minha deficiência, e eu e meu acompanhante pudemos nos deslocar nesse ônibus sem custo.
Conheci o La Cabrera e não recomendo. É um restaurante famoso, estrelado e com preço mais elevado, porém não oferece acessibilidade nem pra entrada, muito menos banheiro. Tive que comer numa mesa na calçada com um verão de 38°c! Quando fiz a reserva, o site perguntava se alguma das pessoas tinha redução de mobilidade, então achei que ia ser super tranquilo, mas não foi.
Malba e o Cabildo são dois museus que visitei, e ambos tinham acessibilidade, assim como o Jardin Botánico, Jardin Japonês, Eco Park e o famoso Teatro Colón. A acessibilidade era completa, tanto nos espaços como de banheiro acessível.
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